Está em disputa a 14ª edição do Campeonato Brasileiro por pontos corridos. O formato, apesar de dividir opiniões por questões de gosto, está consolidado, principalmente após ser definido com 20 times, algo que acontece desde 2006.
No entanto, há quem ainda não consiga entender o que faz uma equipe ser campeã por pontos corridos. É bastante simples, a grande maioria dos amantes do esporte já conhece e este espaço não seria para isso, mas vale sempre lembrar especialmente agora que o desfecho da competição se aproxima.
Vamos lá… Vence quem somar mais pontos ao final das 38 rodadas. Além disso, a vitória vale três pontos sempre, não recebe bonificações nas rodadas finais ou descontos quando o campeonato está em seu início.
A pontuação é construída jogo a jogo e, por ser um torneio longo, nem sempre os times conseguem manter a mesma qualidade, portanto quem conseguir regularidade, levará vantagem, jogando bem ou não.
Fazendo uma comparação com pintar uma parede, pode-se dizer que é a última mão de tinta que será passada nos próximos cinco duelos. As primeiras mãos já formaram a camada que dará a cor definitiva.
No entanto, por mais que o Atlético-MG, por exemplo, capriche nesta última mão de tinta, dificilmente conseguirá compensar a sequência de sete jogos sem vencer nas primeiras dez rodadas. Naquela ocasião, o Galo ficou nove pontos atrás do Palmeiras, então vice-líder. Hoje, a diferença é de sete pontos, lembrando que no confronto direto os mineiros levaram a melhor sobre o Verdão.
O Flamengo, por sua vez, só conseguiu mais de duas vitórias consecutivas depois da 21ª rodada, ou seja, não havia estabelecido uma sequência positiva suficiente para atingir a liderança, algo que, inclusive, não ocorreu até aqui. A diferença para o Palmeiras era a mesma de hoje: cinco pontos. É outro time que, mesmo jogando o fino da bola daqui pra frente, não depende mais de si para ser campeão.
Já o Santos teve apenas uma vitória nas primeiras cinco rodadas do campeonato, ficando cinco pontos atrás do Verdão, mas conseguiu se recuperar. Ao final da 17ª rodada estava empatado com o time de Cuca. Depois de alcançar o rival, porém, o Peixe escorregou.
Nos seis jogos seguintes a equipe de Dorival Junior teve apenas uma vitória. Caiu do terceiro para o quinto lugar e viu a distância para o Palmeiras crescer dez pontos. Em que pese o triunfo recente no confronto direto, a situação atual (seis pontos atrás) ainda é reflexo daqueles tropeços.
Enquanto os rivais tropeçavam, o Palmeiras somou pontos e, ao todo, esteve na liderança em 24 rodadas. A vantagem de cinco pontos na primeira posição lhe dá a opção de administrar os jogos da maneira que quiser. Depender só de si é um prêmio conquistado ao longo do campeonato, mérito incontestável segundo o formato de disputa.
Caso o Alviverde não seja campeão, mesmo com todo o caminho que preparou, aí sim o mérito deve ser discutido. Com o cenário atual, dizer que Cuca e seus comandados não merecem chegar ao título não seria justo. A cobrança deve vir se o time fracassar nas próximas cinco rodadas, não pela maneira que chegar ao título – jogando bem ou mal.
Por isso, talvez devamos focar não apenas naquilo que o líder não será capaz de fazer, mas sim no que os concorrentes não fizeram para estarem em primeiro lugar neste momento. Se o Verdão mantiver a regularidade, atingirá seu objetivo. É assim que se disputa um campeonato por pontos corridos.
