Início Noticias Lambari e Tubarão – Parte 4 – A política de Itambé na atualidade: o lambari e o tubarão continuam, acabaram ou se renovaram?

Lambari e Tubarão – Parte 4 – A política de Itambé na atualidade: o lambari e o tubarão continuam, acabaram ou se renovaram?

Por Reginaldo Spínola

 
Até os dias atuais, o
lambari e o tubarão estão presentes no imaginário dos itambeenses. As famílias
tradicionais continuam sendo influenciadas por esta prática política, mas com menos
força do que antigamente. Observa-se, contudo, que o exercício da dominação
inserida dentro de uma pseudo identificação que é criada pelos líderes
políticos ainda é utilizada, o que contribui para a existência de dois
organismos contrários, duas forças. Com isso, cria-se um sentimento de
pertencimento nos seguidores de cada grupo, fazendo consequentemente com que
brigas, discussões e inimizades enfraqueçam a unidade comunitária da cidade.
Nas eleições de 2008,
dois novos termos surgiram com o objetivo, talvez, de substituir o lambari e
tubarão: bicudos e calungas, respectivamente. Estes são identificados pelas
cores verde e azul. Os números são outros dois elementos identitários. Nas
eleições passadas, o PMDB com o 15 e DEM com o 25, desencadearam uma acirrada
disputa que envolveu toda população. 
Comícios, caminhadas,
trios elétricos, que vinham tocando CDs com as músicas das campanhas, eram os
artifícios mais utilizados para atrair o eleitorado, principalmente à parcela
jovem. Neste ano, o emprego da violência e recursos apelativos tentaram mudar o
curso da campanha. Pasquins eram misteriosamente distribuídos, denegrindo a
imagem de famílias de bem e de religiosos. As duas alas principais da disputa
aproveitaram da situação e realizaram duas grandes caminhadas ao som de músicas
tristes e religiosas. O objetivo era comover especialmente os católicos, que
são em maior número na cidade.
.Participaram do pleito
eleitoral, neste momento, como candidatos a prefeito: Moacir Andrade (PMDB),
Ivan Fernandes (DEM) e Luís Rogério (PT). Moacir venceu e se tornou o primeiro
prefeito reeleito da cidade de Itambé. De acordo com o atual gestor, o lambari
e tubarão continuam vivos dentro daquelas pessoas que os tem como idolatria.
“Eu quero acreditar que está para acabar, pela própria juventude, as crianças
que não vivenciaram os fatos que marcaram o surgimento. Eu mesmo não gosto que
me rotulam como tubarão”, afirma ele, brincando que não pertence a nenhum dos
dois grupos políticos, se identificando como tubari. O prefeito salienta que
enquanto a cultura dos mais velhos tiver predominando sobre os jovens, o
lambari e o tubarão continuarão prejudicando o município.
O vereador Eduardo
Gama, que é filiado ao mesmo partido do prefeito, defende que o lambari e o
tubarão acabaram. Para ele o que há hoje é um grupo de situação e um de
oposição, afirmando que as pessoas não vêm mais o peixe que está no poder. “Se
me perguntarem se sou tubarão, respondo não. Se sou lambari, a resposta é a
mesma”. Eduardo considera pejorativo esse tipo de denominação em seu modo de
entender política.
Sobre a ideologia dos
dois grupos, tanto Moacir quanto Eduardo são firmes em dizer que nunca houve.
“Eram apelidos apenas”, esclarece o legislador. O gestor pensa que o lambari e
o tubarão se originaram de divergências familiares, nada mais.
Para Ivan Fernandes
(DEM), prefeito de Itambé durante os anos de 2001 e 2004, a tradição persiste,
não morreu. Isso se dá, segundo ele, de forma hereditária, atestando que os
filhos tendem a acompanhar o pensamento político dos pais. Ivan compara a
paixão dos eleitores aos grupos políticos como a dos torcedores aos seus times
de futebol. “Quem é flamengo é flamengo, quem é Vasco é Vasco, não muda”. Ivan
parece seguir inconscientemente o pensamento de que o ser é imutável.
O vereador Iderval
Nolasco, mais conhecido como Charlinhos, também pertencente ao DEM, afirma que
o lambari e o tubarão estão praticamente extintos. “O que existe na verdade são
pequenas lembranças”, diz ele declarando que não tem como fazer política se
apegando a esses grupos. “A política hoje em dia deve ser feita em cima das
demandas sociais”, explica. Antigamente, segundo Iderval, era feita em cima do
atendimento a famílias específicas. “A prefeitura era um aparelho que
trabalhava para o individual”, conclui.
Diferentemente do que
disse Moacir, Eduardo e Ivan, Iderval alega que havia ideologia no lambari e
tubarão. Para ele, esse conjunto de ideias fazia com que as pessoas se
espelhassem nesses grupos e nos antigos fundadores.
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1 Comentário

Anônimo 22 de novembro de 2011 - 12:13

como caiu a produção de noticias desse blog. que vergonha

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