
Grupo de 60 doa material de construção, alimentos e dinheiro para a ação.
Carceragem foi interdidata há quatro anos. “Exemplo de cidadania”, diz juiz
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Frente da delegacia na época da interdição |
Do G1, Bahia
Um grupo de moradores de Itambé,
cidade na região sudoeste da Bahia, tem se mobilizado para reformar a
carceragem da delegacia local, interditada pela Justiça desde 2008
devido a problemas na estrutura. O juiz Rodrigo Medeiros Salles, que
atua na comarca do município, disse que a ação se deu devido a demora do
poder público em realizar reformas na unidade.
cidade na região sudoeste da Bahia, tem se mobilizado para reformar a
carceragem da delegacia local, interditada pela Justiça desde 2008
devido a problemas na estrutura. O juiz Rodrigo Medeiros Salles, que
atua na comarca do município, disse que a ação se deu devido a demora do
poder público em realizar reformas na unidade.
O juiz informou que os detentos foram levados para a cidade de
Itapetinga, que fica próxima a Itambé, após o fechamento da unidade
prisional, porém, a carceragem da cidade teria problema de superlotação.
“Eles [Itapetinga] pediram que os presos de Itambé voltassem para
cidade porque não estavam suportando sequer os seus presos”, disse.
Rodrigo Salles acrescentou que os detentos transferidos para Itapetinga
chegaram a ser levados para Jequié, que também fica no sudoeste baiano.
“Foi então que a juíza de Itapetinga nos deu um prazo de 45 dias para
resolver nossa situação. Durante esse período os presos de Itambé podem
ficar lá em Itapetinga”, afirmou.
Gustavo Pereira, membro da Comissão de Segurança da cidade, diz que
cerca de 60 pessoas já contribuíram com a iniciativa. “Hoje [28 de
setembro], a gente fez uma reunião no fórum local com comerciantes e
fazendeiros e conseguimos quantias em dinheiro. Os moradores também
ajudam com alimentação, refrigerante. Teve um senhor que contribuiu com
um saco de pão e um saco de biscoito. O mínimo que vem é sempre
bem-vindo”, comentou.
O morador afirma que já conseguiu doações de cimento, areia, brita e
que ainda falta o material para construir a parte elétrica. Segundo ele,
a carceragem deve ter algo em torno de 60 metros quadrados. “Ela tem
três celas, um banheiro coletivo, área de banho de sol, tem custódia e
tem uma cela para menor infrator. Ela suporta com tranquilidade 20
presos”, relata Gustavo Pereira.
que ainda falta o material para construir a parte elétrica. Segundo ele,
a carceragem deve ter algo em torno de 60 metros quadrados. “Ela tem
três celas, um banheiro coletivo, área de banho de sol, tem custódia e
tem uma cela para menor infrator. Ela suporta com tranquilidade 20
presos”, relata Gustavo Pereira.
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Foto do dormitório da carceragem |
De acordo como juiz Rodrigo Salles, através do processo que pede a
interdição da carceragem, uma ação civil foi proposta pelo Ministério
Público da Bahia contra o estado. “O processo é para interditar a
delegacia e obrigar o estado a construir uma nova”. Segundo Salles, no
entanto, os moradores não podiam esperar o julgamento do processo, que
deve acontecer entre os meses de outubro e novembro, e, por isso,
agiram.
“Há mais ou menos um ano o governo teria prometido a construção de uma
nova delegacia e nada foi feito. A população então se reuniu através do
Conselho de Segurança do município e começou a reformar a carceragem.
Comerciantes, fazendeiros, voluntários e agora a prefeitura, que nos
ajudou e deu mão-de-obra, participam da reforma”, explicou o juiz. A
carceragem está situada no fundo da delegacia, que possui o setor
administrativo funcionando normalmente.
nova delegacia e nada foi feito. A população então se reuniu através do
Conselho de Segurança do município e começou a reformar a carceragem.
Comerciantes, fazendeiros, voluntários e agora a prefeitura, que nos
ajudou e deu mão-de-obra, participam da reforma”, explicou o juiz. A
carceragem está situada no fundo da delegacia, que possui o setor
administrativo funcionando normalmente.
A Polícia Civil, através da assessoria de imprensa, informou que existe
planejamento do Governo da Bahia para que as carceragens públicas
interditadas não sejam reativadas. Segundo a polícia, o objetivo é que
sejam construídas 50 cadeias públicas no interior. Como já existe um
movimento para a reforma da carceragem, a delegacia da cidade irá apoiar
a ação dos populares para que não seja feita apenas a reforma da
carceragem, mas a construção da cadeia pública, afirmou a polícia. Para
isso, a delegacia está disposta a ceder o seu prédio, acrescenta o
órgão.
O juiz Rodrigo Salles acredita que a ação dos moradores é um exemplo a
ser seguido. “O ideal é que o estado fizesse o seu papel, mas a
comunidade se reuniu. É um trabalho fantástico. Eu acho que é um exemplo
de cidadania”, disse.

1 Comentário
Boa Noite Luiz!
Pensei que a Delegacia de Itambé já estava em pleno funcionamento, quando da publicação da matéria anterior eu mandei carta para Secretaria de Segurança e Ouvidoria do Governo da Bahia, inclusive encaminhando a matéria em anexo e a resposta foi que tudo estava sendo providenciado. Mas fiquei surpreso com a matéria do dia 01 de outubro, onde moradores estão fazendo doações e contribuições para reforma. Mas que vergonha. A nossa cidade não pode ficar sem Delegacia. Mandarei outra carta para os orgãos de segurança do Governo da Bahia.
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