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MARCA EXIBE CRIANÇA EM POSES EROTIZADAS E GERA POLÊMICA DENÚNCIAS AO CONAR

Por Reginaldo Spínola
Uma campanha do Dia das Crianças de uma marca cearense de
bolsas e sapatos gerou polêmicas nas redes sociais. As três peças publicitárias
mostram uma menina maquiada, usando objetos de adultos e em poses erotizadas. A
campanha foi veiculada nas redes sociais da empresa e em banners nas lojas
físicas. Após a publicação em 12 de outubro, as imagens foram compartilhadas
por centenas de usuários do Facebook, acompanhadas de críticas à marca.

A empresa diz que houve uma ”interpretação distorcida” do
conteúdo. O Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar)
afirmou que, até a segunda-feira (14), recebeu 70 notificações sobre a campanha
da marca cearense, aceitou as denúncias e abriu um processo contra o
anunciante. O órgão recebe denúncias de consumidores, autoridades e
anunciantes, além de regulamentar a prática publicitária com base no Código
Brasileiro de Auto-regulamentação Publicitária. Entre os que criticaram a
campanha, estão especialistas e publicitários que analisam que as peças ferem o
código, que trata sobre crianças e adolescentes na publicidade. O parágrafo 1º
do artigo 37 diz que “crianças e adolescentes não deverão figurar como modelos
publicitários em anúncio que promova o consumo de quaisquer bens e serviços
incompatíveis com sua condição, tais como armas de fogo, bebidas alcoólicas,
cigarros, fogos de artifício e loterias, e todos os demais igualmente afetados
por restrição legal”.
Segundo a coordenadora do Grupo de Pesquisa da Relação
Infância, Juventude e Mídia (Grim), da Universidade Federal do Ceará (UFC),
Inês Vitorino, a campanha desrespeita não só o código da publicidade, mas
também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“É uma campanha extremamente de mau gosto e desrespeitosa em
relação às crianças. Para começar, a criança não é o foco da campanha. A marca
é para o consumo de adultos e coloca a criança extremamente erotizada, em uma
situação absolutamente desnecessária. Além disso, fere o ECA porque coloca a
criança em situação vexatória, de calcinha, se maquiando, dentro de uma
sociedade com tantos casos de pedofilia e abuso sexual”, afirma Inês Vitorino.

G1
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