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Aluna da UFRB é vítima de racismo pela segunda vez, agora em Sto Antônio de Jesus

Por Reginaldo Spínola

Depois te sido vítima de
preconceito quando estava na Itália em 2014, a estudante do curso de medicina
na UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) em Santo Antônio de Jesus
(BA), Débora Reis da Cruz, 29 anos, novamente foi vítima de racismo. Na tarde
de sexta-feira (03/07), Débora estava na fila do correspondente bancário do
Bradesco na Loja Santo Antônio quando uma senhora que estava ao seu lado
iniciou um diálogo:

-Você estuda história?
-Eu não, faço medicina.
-Uma parente minha também faz
medicina, mas ela tem cabelos lisos, olhos claros e é bem branquinha.
-O porquê da pergunta? Não pareço
fazer medicina por não ter cabelos lisos?
-Não, é porque geralmente quem
faz esses cursos se vestem de outra forma. “Éeeeee, hoje até filho de faxineiro
pode estudar”.
Débora respondeu: “Em minha sala
vão se formar muitas negras e tenho orgulho de ser uma delas”.

O repórter Hélio Alves que
entrevistou Débora direto da Itália em junho de 2014 quando a mesma foi vítima
de um ato de racismo na internet, perguntou a estudante, como foi para ela ser
vítima de racismo pela segunda vez. A jovem informou que passou o resto do dia
triste e pensativa fazendo vários questionamentos.

“Engraçado e triste, mas ao ouvir
a declaração de que seres humanos por serem negros não têm cara de médico, doeu
e eu chorei. Não chorei porque sou negra de cor, mas chorei porque apesar de
“moreninha clara, branca, parda” (NEGRA), sou de origem humilde, de “cabelo
duro”, sou à margem dessa sociedade… fico realmente entristecida e tocada com
tais asneiras dessa senhora, que apesar de sua formação, o máximo que alcança é
o atestado de burrice com ênfase a XENOFOBIA e DISCRIMINAÇÃO RACIAL. Porém,
fico feliz, pois existe uma parcela de outros médicos e grande parcela da
população brasileira que se indignaram com mais esse ato de racismo que sofri,
ano passado lá fora na Itália durante o meu curso ‘Programa Ciência Sem
Fronteiras’ e desta vez em minha cidade. Enfim, o que sinto agora é NOJO e
INDIGUINAÇÃO. concluiu Débora. (Hélio Alves/Tribuna do Recôncavo)

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