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Brasil: Após demitir 223 funcionários por causa da crise, empresário se suicida na própria fábrica

Por Reginaldo Spínola
O dono da empresa de sofás de Rio
Claro (SP) que na semana passada demitiu 223 funcionários por conta da crise e
queda nas vendas foi encontrado morto na fábrica nesta terça-feira (21).
Um funcionário que chegou para
trabalhar por volta das 7h encontrou o empresário Luís Antônio Scussolino
(dir.), de 66 anos, sem vida. A Polícia Civil registrou o caso como suicídio.
A Polícia Militar foi acionada e,
quando chegou ao local, encontrou o corpo da vítima com uma corda no pescoço. A
perícia técnica constatou que a causa da morte foi quebra do pescoço. O corpo
do empresário será sepultado às 10h30 desta quarta-feira (22) no Cemitério
Parque das Palmeiras, em Rio Claro. Depois de mais de 20 anos, a cidade voltou
a registrar uma demissão em massa. Na última segunda-feira (13), a Luizzi
Estofados demitiu 223 trabalhadores.

A empresa informou que, apesar de
enfrentar dificuldades por causa da queda nas vendas, manteve o emprego de 870
funcionários. A empresa afirmou ainda que apresentou uma proposta ao sindicato
para evitar as demissões: redução da jornada de trabalho e de 20% nos salários,
mas ela foi rejeitada pela maioria dos empregados. Disse também que está
calculando o valor das rescisões e se esforçando para pagar.
Medo e transtornos
Foram 8 anos trabalhando como
tapeceiro. O dinheiro que ganhava ajudava a manter a família e agora sem emprego
Osmar Barbosa não sabe o que fazer. “Fiquei meio apavorado, não esperava”,
disse.
Nesta segunda-feira (20), os
demitidos fizeram o exame médico. “Minha mulher depende do meu salário, tenho
muitas contas para pagar, empréstimo que fiz no banco. Agora só Deus sabe o que
vou fazer”, disse o operador de produção Abdias Eustáquio da Silva. O medo é
que a empresa não pague tudo o que eles têm direito, por isso o Ministério do
Trabalho está acompanhando o caso. O prazo pra acertar as contas com os
funcionários é de dez dias. “Se a empresa não fizer o pagamento, existe a multa
prevista no artigo 477 da CLT que é o valor de um salário nominal para cada
empregado”, explicou Fabio Cigagna, chefe da regional do Ministério do Trabalho
de Rio Claro.

Uma demissão em massa não
acontecia na cidade há mais de 20 anos. A última foi em 1995. Na época, uma
fábrica de carros Gurgel fechou e 1 mil trabalhadores foram mandados embora.
Agora a situação é ainda mais complicada diante da crise econômica do país. O
secretario de Economia e Finanças, Japir Pimentel Porto, disse que esse tipo de
situação afeta toda a economia da cidade. “A pessoa que não tem o rendimento
deixa de consumir na cidade aquilo que ela consumia normalmente. Com isso, a
prefeitura deixa de arrecadar porque todo consumo gera uma arrecadação em
termos de taxas e impostos”, disse. (G1.SP)
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