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Jovem de 19 anos encomendou a morte do próprio pai via whatsapp

Por Reginaldo Spínola
A Polícia Civil de Mogi das
Cruzes divulgou nesta quinta-feira (9) trechos de conversas de WhatsApp de uma
jovem de 19 anos, que confessou ter encomendado a morte do próprio pai, em
dezembro de 2014, quando tinha 17 anos.
Valdir de Oliveira Miranda, de 59
anos, foi assassinado a facadas em Suzano quando guardava o carro na garagem.
Como era menor, ela foi apreendida pela polícia nesta quinta. Já sua irmã mais
velha, apesar de negar participação no crime, foi presa por homicídio. A troca
de mensagens que faz parte do inquérito, segundo a polícia, foi com o namorado
dela na época.
Em uma das conversas, a jovem diz
“Tenho que acabar com meu pai”. Na mensagem seguinte, pede ajuda:
“Me ajuda pelo amor de Deus”. O namorado pergunta se o pai da jovem
já tinha chegado em casa e diz que vai ao encontro dela.
As mensagens foram anexadas ao processo
de investigação, conduzido pelo delegado Rubens José Ângelo, do Setor de
Homicídios. O procedimento investigatório concluiu que, além da jovem, hoje com
19 anos, a irmã mais velha, Sabrina de Jesus Miranda, que na época tinha 28
anos, também teve envolvimento no mandado de execução do pai.
Os dois adolescentes
identificados como executores de Valdir de Oliveira Miranda, estão aprendidos
desde a época do crime. A vítima foi executada com golpes de faca na região do
pescoço, no momento que estacionava o carro que dirigia na garagem de casa.
Para a polícia, além do namorado da jovem de 19 anos, um amigo de Sabrina é o
outro adolescente apreendido desde 2014 pelo homicídio de Valdir de Oliveira.
DEPOIMENTO
Segundo a polícia, a irmã caçula
assumiu na manhã desta quinta-feira (9) a autoria do pedido de execução do pai
e disse que a irmã mais velha não sabia de nada. A jovem contou ainda que
acreditava que ficaria impune pelo crime.
“Eu tive a ideia. Minha irmã não
sabia de nada. Eu achei que ficaria impune. Estava acreditando nisso até hoje.
Foi desesperador ver a polícia na minha casa”.
Ainda de acordo com a polícia, os
menores que executaram Valdir de Oliveira Miranda usaram o carro da irmã mais
velha na noite do crime, em 2014. A irmã caçula disse que pegou o carro
escondido da irmã.
“Eu peguei o carro, eu sabia onde
ficavam as coisas. Eu sabia onde ela guardava a chave reserva do carro”. A
polícia discorda da versão da apresentada pela jovem.
A irmã caçula contou também que o
pai não sabia que ela tinha um relacionamento na época e que o namorado – um
dos executores, era usuário de entorpecentes.
“Eu falei para o meu namorado o
que queria fazer e ele falou ‘tudo bem’. Meu pai não sabia do meu namoro e se
soubesse, que pai aceitaria a filha namorando um usuário de drogas?”.
Já a irmã mais velha, Sabrina de
Jesus Miranda, contou nesta quinta-feira, que na noite do crime, estava
dormindo quando foi avisada da morte do pai. “Eu tinha chegado de Campinas,
onde fui visitar alguns parentes. Cheguei muito tarde de viagem. Quando eu fui
informada do que tinha acontecido já estava deitada. Falaram que meu pai tinha
sido morto. Eu pensei que tivesse sido um assalto.”
Sabrina de Jesus Miranda disse
que mantinha um bom relacionamento com o pai, mas que ele apresentava
comportamento agressivo. “Ele me criou desde que eu tinha um ano. A gente tinha
um relacionamento bom, porém ele tinha surtos, ele batia em mim, na minha mãe,
ele tinha problemas com outros relacionamentos dele também. Os outros filhos
dele diziam isso. Isso era um agravante. Meu pai não se dava bem com ninguém.
Ele não falava com os próprios irmãos dele”.
Questionada sobre a premeditação
do crime, Sabrina disse que não planejou, mas que já tinha pensado em matar o
pai. “No desespero, lógico, que passa às vezes a gente tentar achar uma saída.
Eu jamais mandaria matar. Eu não estava na morte do meu pai”.
Segundo Sabrina, o adolescente
que ajudou o namorado da irmã caçula na execução de Valdir de Oliveira Miranda
tinha acesso à casa da família. “Ele era primo do meu namorado, que é meu
marido hoje. Ele frequentava a casa e tinha amizade”.
Sabrina disse ainda que perdoa a
irmã caçula. “É ruim é. Só quem passou o que a gente passou sabe. Eu perdoo a
minha irmã de todo o meu coração”. (G1)
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