Itabuna voltou a registrar neste fim de semana, o ápice da violência. Uma guerra, que parece não ter fim, fez cinco vítimas em menos de oito horas. Ou seja, foi uma sequência de mortes, que deixou a população amedrontada.
E um detalhe chamou a atenção: em um dos casos, quem matou também morreu. Estamos falando do tiroteio, ocorrido nas imediações do bairro São Roque, na noite de ontem (24). Testemunhas afirmam ter presenciado um verdadeiro “bang bang”, próximo ao bar do “Nicolau”, localizado entre as Avenidas Ilhéus e Bionor Rebouças.
Dois homens passaram de moto (Biz 125, de placa PJX 8298)atirando. O alvo, segundo uma testemunha, era uma pessoa que passava de bicicleta perto do bar. Aos primeiros disparos, a vítima, identificada como Alessandro Oliveira dos Santos, de 28 anos, abandonou o veículo e saiu correndo em direção ao bar, onde caiu morto, atingido com vários tiros. Alessandro era açougueiro.
Mas quem pensa que esse “filme” acabou por aqui, está enganado. Na fuga, o piloto da moto, Manoel Hildo Jesus Souza Júnior, de 19 anos, foi baleado na altura do peito, perdeu o controle do veículo e caiu dentro do canal, próximo ao bar. Na queda, ele ainda quebrou o pescoço. O carona da moto, autor dos disparos, também levou um tiro na perna, mas conseguiu fugir. Os assassinos foram feridos por uma quarta pessoa, que reagiu, na tentativa de defender a vitima.
Garçom é executado
O crime mais recente foi registrado na manhã deste domingo (25), quando foi encontrado um corpo atrás da empresa Butano, na BR-415. Trata-se de um garçom conhecido como Paulinho, muito conhecido na cidade. Ele trabalhava no bar de Eroaldo, no bairro São Caetano. O local é muito frequentado e Paulinho era muito querido pelos clientes. Muitos o chamavam de “Neguinho da Bicicleta”.
De acordo com testemunhas, o rapaz saiu do trabalho por volta das 22 horas de ontem (24). Ele morava no Condomínio Gabriela, próximo ao presídio da cidade.
Ainda nao se sabe o motivo do assassinato, embora uns falem de latrocínio. Também não se sabe qual o horário exato que Paulinho foi morto, se hoje pela manhã ou na noite de ontem.
Perseguido e morto no Santo Antônio
O bairro Santo Antônio também foi palco de um assassinato, mais precisamente na Rua Clovis Santos, próximo à praça principal e ao Bar Pantanal. Lá, Anderson Santos Barreto, de 22 anos, foi perseguido pelo seu algoz.
A vítima, desesperada, invadiu uma casa na esperança de escapar da morte, mas o assassino não deu trégua. Entrou na residência, onde Anderson tentava se esconder, e atirou outras vezes.
O jovem levou sete tiros: seis na região do abdome e um no rosto, à queima-roupa. Nesse caso, algo atípico surpreendeu os peritos do Departamento de Polícia Técnica e funcionários do Samu. É que a família da vítima insistia em dizer que o rapaz estava vivo, mesmo após o Samu ter confirmado o óbito.
Num ato de desespero, os familiares não queriam deixar que os peritos iniciassem os trabalhos. Muito paciente e compreensível com a dor dos parentes, o perito Messias Malheiros acionou novamente o Samu, que chegou a usar o desfibrilador cardíaco (aparelho usado para tentar evitar a morte do indivíduo com uma parada cardíaca) para convencer a família de Anderson de que ele, de fato, havia morrido.
Morto em bebedeira no São Caetano
O bairro São Caetano “sediou” o primeiro homicídio de sábado. Júnior Rodrigues dos Santos, 30 anos, morador de rua, foi morto a facadas durante uma bebedeira com outros três homens, na feira livre do bairro.
Segundo testemunhas, houve um desentendimento entre os “amigos” e um deles acabou esfaqueando Júnior, próximo ao pescoço. Informações dão conta de que a vítima era usuária de drogas e, por conta do vício, foi morar nas ruas. A família do rapaz é do bairro de Zizo. O suspeito ainda não foi identificado.
Valelembrar que a delegada, Lisdeile Nobre, de plantão na noite de sábado, compareceu na cena dos três crimes, para averiguar os fatos. Com essas cinco mortes, Itabuna contabiliza 13 homicídios em fevereiro e 25 em quase dois meses. // Verdinho Itabuna