Foi com um pedaço de papel, escrito ainda em letras infantis, que uma menina de 11 anos pediu socorro da violência que vivia há pelo menos um ano ao lado das irmãs, de 10 e 12 anos, em Paulínia (SP). “Eu sofro abuso do meu pai”, escreveu no bilhete entregue a uma amiga de escola e que foi levado à Polícia Civil pela motorista da van escolar da vítima.
Com o bilhete, relatos das irmãs e o exame que comprovou o rompimento de hímen da menina de 11 anos, a Polícia Civil de Paulínia pediu e cumpriu o mandado de prisão temporária de 30 dias contra o vigilante, de 56 anos, na última sexta-feira (4).
Rodrigo Galazzo, delegado responsável pelo caso, conta que o bilhete foi entregue pela motorista da van na última quinta-feira (3) e que, com apoio do Conselho Tutelar, buscou as garotas nas escolas para colher depoimentos. Com as informações e o laudo médico, conseguiu o pedido de prisão temporária de Rodrigues. “Foi tudo muito rápido e conseguimos prendê-lo no trabalho”, conta.
Segundo Galazzo, o homem confessou que acariciava as filhas, mas negou penetração, informação contraditória ao depoimento da menina cujo laudo comprovou o rompimento do hímen.
“A menina que fez o bilhete disse que ele introduzia o dedo, que chegou a penetrá-la. Mas todas confirmaram. Elas falaram que ele as acariciava”, explicou o delegado.
Após a prisão do pai, as meninas estão com a mãe e devem ser acompanhadas do Conselho Tutelar e psicólogos.
De acordo com Galazzo, o pai está preso temporariamente por estupro de vulnerável na cadeia anexa ao 2º DP de Campinas, e ele deve pedir a preventiva do vigilante ao final de 30 dias. // G1