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Mãe de meninos estuprados e mortos no Espírito Santo é presa em Minas

Por Reginaldo Spínola

A Polícia Militar (PM) prendeu nesta quarta-feira (20) a pastora Juliana Pereira Salles Alves, mãe dos meninos Joaquim Salles, de 3 anos, e Kauã Salles, de 6. Em abril, as crianças morreram carbonizadas dentro do quarto onde dormiam em Linhares, no Espírito Santo. A perícia da Polícia Civil do estado concluiu que o crime foi cometido pelo marido de Juliana, o também pastor George Alves, que teria estuprado e agredido os meninos antes de colocar fogo nos dois corpos. O menino mais novo é filho biológico do homem, que está preso. Ainda não há informações sobre o envolvimento da mulher no caso.

Juliana foi presa pela PM em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Segundo a Polícia Civil mineira, havia um mandado de prisão preventiva contra ela. Por meio de nota, a corporação da cidade mineira explicou que as diligências começaram quando militares de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, receberam informações do mandado e foram alertados de que ela poderia estar na cidade por possuir parentes e amigos lá.

Eles tentaram localizá-la durante toda a terça-feira, quando foram informados de que ela estaria em Teófilo Otoni, para onde seguiram e, em conjunto com militares do 19º Batalhão, conseguiram localizar e prender Juliana. A pastora foi apresentada à Polícia Civil de Teófilo Otoni e será levada para o Espírito Santo, onde foi expedido o mandado de prisão. O em.com.br tentou entrar em contato com o Tribunal de Justiça do estado vizinho, mas até a publicação da matéria as ligações não haviam sido atendidas.

O crime ocorreu na madrugada de 21 de abril, na casa onde a família morava. “Naquela noite, o investigado molestou as duas crianças mantendo o ato libidinoso e o coito anal. Isso é demonstrado tecnicamente pelo encontro de uma substância chamada de PSA, que é contida no sangue humano. Ela foi encontrada no orifício anal das duas crianças. Essa substância não poderia estar no local se não fosse pela ação de um agente externo”, disse o delegado André Jaretta no mês passado. O inquérito foi divulgado em 23 de maio.

O suspeito era o único que estava na casa na hora em que o local pegou fogo. A mãe das crianças, Juliana Salles, estava em um congresso em Minas Gerais com o filho mais novo. Alves contou para a polícia que estava dormindo e acordou ouvindo os gritos das crianças pela babá eletrônica. O fogo já estaria muito alto e tomado todo o quarto.

Ele ainda afirmou que entrou no quarto em chamas para salvar os meninos, mas não conseguiu. Ele contou que chegou a ouvir o choro de Joaquim e Kauã, e que teria queimado até os pés, porém não conseguiu resgatar as crianças. Exames feitos no suspeito não encontraram queimaduras.

Na noite após o incêndio, Alves e Juliana foram à Igreja Batista Vida e Paz. Antes, ele teria publicado nas redes sociais um convite chamando as pessoas para um encontro no templo religioso. O pastor esteve nos dois cultos e pregou para dezenas de fiéis.

Em um outro momento, imagens de circuito interno de uma lanchonete mostraram Juliana e o pastor lanchando com os amigos. A Polícia Civil começou uma investigação e um juiz decretou segredo de Justiça do caso. Alves foi preso sete dias depois do crime, por atrapalhar as investigações.

Durante esse período foram feitos vários exames nos corpos dos irmãos. A casa onde o crime aconteceu passou por quatro perícias. Peritos encontraram vestígios de sangue no box do banheiro da casa.

Foram ouvidas testemunhas entre parentes, amigos e fiéis da igreja. A casa da família se tornou ponto de protestos dos moradores da região que chegaram a colocar velas e cartazes na fachada do imóvel. Os laudos dos exames que comprovam os crimes e os resultados das perícias ficaram prontos na tarde de 22 de maio.

Resultado de imagem para mãe das duas crianças mortas carbonizadas em Linhares (ES) no dia 21 de abril, Juliana Pereira Sales Alves, foi presa em Teófilo Otoni (MG), na madrugada desta quarta-feira (20).

“Com o propósito de ocultar o ato perverso praticado, ele (Alves) praticou ainda violência física contra as crianças e isso é comprovado pelo vestígio de sangue encontrado no box do banheiro, que o exame de DNA comprovou ser de Joaquim. Com as duas vítimas vivas, mas desacordadas, o investigado as levou para o quarto e jogou um líquido inflamável no local e ateou fogo nos irmãos e em todo o quarto, fazendo com que elas fossem mortas por ação do fogo”, afirmou Jaretta.

O secretário de Segurança Nylton Rodrigues afirmou que os laudos periciais e técnicos são incontestáveis. Na época, ele disse ainda que não havia comprovação da participação da mãe das crianças no crime.

O pastor foi preso no Centro de Detenção Provisória de Viana. Ele foi indiciado pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulneráveis. A soma máxima das penas pode chegar a 126 anos de prisão. // Em.com.br

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