O patrimônio cultural do nordestino na fila da morte. O frigorífico Sudoeste, na cidade de Itapetinga, no interior da Bahia, deu início nesta quinta-feira (2) os trabalhos de abate de jegues.
Já faz alguns dias que dezenas de animais que vieram de cidades da região estão em uma espécie de curral, condenados a morte, ás margens da rodovia BA-263. Um vídeo feito por um cinegrafista amador mostra os jegues em um local sem pastagem adequada, sem alimentação e tratamento. Nos últimos dias, ao menos três animais morreram, segundo fontes ligadas ao site Itapetinga Repórter.
A portaria 255 da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) autoriza a prática do abate de cavalos, jumentos e zebras. Os frigoríficos precisam atender uma série de exigências para esse tipo de atividade.
Na Bahia, três frigoríficos, localizados em Salvador, Amargosa e Itapetinga têm autorização para o abate de equídeos, que são os animais mamífero do gênero Equus; os cavalos, os jumentos e as zebras.
Os jegues abatidos em Itapetinga serão exportados para a China. Lá, esses animais são valorizados nas indústrias de alimentos e cosméticos. Quase dois milhões de jumentos são consumidos anualmente na China.
É comum o sentimento de piedade com relação esses animais, porque são conhecidos como o “trator” da economia nordestina, são inteligentes, dóceis e resistentes. No Brasil, ONGs que repudiam o abate de jegues acreditam que o animal poderá entrar em extinção nos próximos 5 anos.
Sócio do frigorífico Sudoeste, Éder Ferreira Rezende, concedeu entrevista ao site Itapetinga Repórter na manhã desta quinta-feira (2) para falar sobre o assunto. Ele disse que o trabalho de aquisição dos jumentos é de responsabilidade de um grupo de chineses, que fechou parceria com a empresa. Informou ainda que o frigorifico está devidamente autorizado pelo Mistério da Agricultura para esse tipo de abate.
“Fizemos uma parceria com os chineses para reabrir o abate, criar novos empregos. Nós prestamos serviço. Todos os animais que chegarem vão passar pela fiscalização. A carne que sai de lá é de qualidade para qualquer pessoa consumir”, disse. Ouça a entrevista completa no vídeo a seguir.
(As informações são do Itapetinga Repórter/image ilustrativa)