Início Bahia Pesquisa na Uesb aponta maior índice de violência contra idoso no ambiente domiciliar

Pesquisa na Uesb aponta maior índice de violência contra idoso no ambiente domiciliar

Por Reginaldo Spínola

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa no país cresceu significativamente nos últimos anos. Desde 2010, a média anual de crescimento supera um milhão, e a expectativa é que essa população cresça 20 milhões nos próximos dez anos, podendo chegar a 60 milhões de idosos no país nos próximos vinte anos. Com isso, a preocupação em torno da violência contra o idoso também tem sido pauta de discussão no país e no mundo.

Poder fornecer informações que possam contribuir para a criação de políticas públicas voltadas para esse público é o que se pretende a pesquisa intitulada “Memória e representações sociais de cuidadores de idosos do Brasil e de Portugal sobre o cuidado e a violência”, que está sendo desenvolvida por Elaine dos Santos, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade da Uesb.

De acordo com a pesquisadora, perceber o aumento da população idosa, o que acarreta também a necessidade de suporte à saúde, é o que motiva a pesquisa, visto que grande parte dos cuidados de pessoas idosas dependentes são exercidos pela família. Nesse sentindo, no trabalho que está sendo desenvolvido, busca-se evidenciar as relações construídas no ambiente domiciliar nessas situações.

Dentro dessa perspectiva, a pesquisa aponta um maior registro de violência contra o idoso existente no ambiente domiciliar. “Ao buscar conhecer as representações sociais e as memórias dos cuidadores familiares de idosos sobre o cuidado e a violência, nos deparamos com questões de influência cultural e histórica que influenciam na maneira como este cuidado será assumido”, explicou Santos.

Além disso, fatores como o excesso de trabalho que o cuidador exerce nesse papel, o afastamento de atividades laborais remuneradas, as dificuldades diárias e de convivência também são apontados como influenciadores nos conflitos domiciliares. Apesar da questão da violência contra o idoso não ser recente, ela ainda é reverberada de uma maneira velada na sociedade. Santos pontuou que esse “silêncio” é marcado por uma “construção social de proteção e resguardo da instituição familiar”.

Contribuição social – O estudo parte de uma investigação realizada ao longo da história, tanto no Brasil, quanto em Portugal, sobre as representações sociais e as memórias dos cuidadores familiares de idosos sobre o cuidado e a violência e de que forma elas influenciam no modo de cuidar. A investigação científica é baseada na premissa de que as memórias são oriundas de grupos sociais, sendo eles os principais determinantes do que é memorável. Assim, a família será o primeiro grupo ao qual o indivíduo participa.

A pesquisa busca contribuir com subsídios para que exista um olhar mais atento por parte da sociedade para com essa população. De acordo com a orientadora do projeto, Luciana Araújo, existe a necessidade de sensibilizar e educar a sociedade de forma a valorizar o idoso, respeitando-o e garantindo seus direitos.

“A proposta desta tese é oferecer aos profissionais de saúde que lidam com idosos subsídios para discussão, construção do conhecimento sobre violência/maus-tratos para a criação de estratégias de intervenção no enfrentamento de situações de violência, com vistas a melhorar o diagnóstico de ocorrência de maus-tratos e proteger a identidade do idoso”, defendeu Luciana Araújo.

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