No último sábado (22/02), um empresário foi preso em flagrante suspeito de torturar um funcionário em Aparecida de Goiânia, em Goiás. De acordo com a Polícia Civil, o homem acusou a vítima de furtar R$ 8 mil da casa dele. O empregado, de 32 anos, nega as acusações e disse que foi agredido por cerca de 4 horas e, por pouco, não foi eletrocutado.
A vítima ficou com diversos hematomas pelo corpo e foi ameaçado de morte. O suspeito o agrediu na casa onde mora, em Jardim Florença. Segundo o boletim de ocorrência, o empresário foi até a delegacia no início da tarde para registrar o suposto furto contra o empregado, afirmando que ele confessou ter pego o dinheiro e gastado.
Confissão
Entretanto, por volta de 22h, o empregado foi até a delegacia para registrar a sessão de tortura e disse ter confessado o roubo porque “não suportava mais apanhar”.
A polícia entendeu que o crime era de tortura e foi até a casa do empresário, que confessou as agressões “com o intuito de fazer a vítima confessar o furto”. Ele foi preso logo em seguida.
A vítima disse que, após o expediente de sexta-feira (21), o empresário chamou ele e outro funcionário para conversar. “Ele disse que tinha sumido R$ 8 mil que estava dentro de uma caixa, na estante da casa dele, e que tinha sido um de nós dois porque tínhamos trabalhado na casa dele na semana passada”, disse. Os dois negaram o furto.
No dia seguinte, pela manhã, o homem conta que o patrão apareceu em sua casa e o chamou para ir até a sua casa novamente para conversar. Ele conta que assim que entraram no imóvel começou uma sessão de tortura.
“Assim que passamos para dentro, ele começou a me dar tapa na cara. Dizia: ‘Eu sei que você pegou o dinheiro, você é safado’. Eu neguei. Então começou a dar chute, soco, paulada, golpe com barra de ferro”, contou.
A vítima disse, também, que o patrão amarrou uma corda em seu pescoço e tentou enforcá-lo e, em seguida, bateu com o objeto nele, mesmo ato cometido com uma mangueira. Como ele sempre negava, o suspeito resolveu intensificar a tortura, com ameaças de choque e morte.
“Ele falava: ‘confessa senão eu vou te matar’. Eu estava quase desmaiado e ele ligou uma torneira e me molhou todo com uma mangueira. Depois pegou dois fios e ligou no padrão de energia da casa dele falando que ia me dar um choque”, conta.
Para interromper as agressões, o empregado assumiu ter pego o dinheiro, foi obrigada a se secar, colocar outra roupa e ir pegar o suposto dinheiro em casa. Chegando no local, a vítima voltou a negar o furto. O suspeito deu um prazo para devolver o dinheiro e foi embora.
Em seguida, o homem saiu e buscou ajuda do irmão. Eles foram ao IML para a realização do exame de corpo de delito. Logo depois, o caso foi registrado na delegacia. Desde então, está escondido na casa de um amigo com receio de ser procurado por alguém ligado ao empresário.
As informações são do JB