
Os produtores baianos tem até a próxima sexta-feira (16) para imunizar o rebanho de bovinos e bubalinos, de todas as faixas etárias. A segunda prorrogação do prazo final aconteceu em função do desabastecimento de vacinas registrado em 14 estados brasileiros, desde a primeira semana de maio, quando foi iniciada a campanha da 1ª etapa de vacinação anual.
A febre aftosa é considerada uma das doenças animais mais contagiosas. Ela causa febre, seguida pelo aparecimento de vesículas (aftas), principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, ovinos, caprinos, porcos e todos ruminantes selvagens.
Em entrevista ao BNews, o coordenador estadual do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), José Neder Moreira, destacou a importância da vacinação.
“A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa, é a doença mais contagiosa que existe na medicina veterinária, é um vírus muito pequeno com alto poder de resistência a diversos desinfetantes, a diversos materiais e ao meio ambiente, então faz com que a transmissão direta de um animal para o outro seja feita de uma forma muito rápida, e a única maneira que a gente tem para controlar e combater é a vacinação, é a principal arma que a gente tem para controlar a febre aftosa e erradicar a doença”, disse.
Neder explica que a Bahia não registra casos de febre aftosa desde 1997. “São mais de 24 anos sem a doença, então nós precisamos continuar vacinando pra que a doença não ocorra aqui de jeito nenhum, pra ver se dentro em breve, lá pra 2023, a gente consiga retirar a vacinação e aí a gente controla a febre aftosa somente com medidas de vigilância”.
Na Bahia a vacinação deve ser feita semestralmente. “No mês de maio a gente vacina todas as faixas etárias, e no mês de novembro somente até 24 meses, então são duas vacinações anuais”.
Ainda de acordo com o coordenador estadual do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa, a vacinação dever ser feita tanto por pequenos como para grandes produtores. “Todos devem fazer a vacinação independente de ter um animal ou mil animais. A doença não escolhe a quantidade, a propriedade, o vírus vai onde tem o animal, sem a proteção da vacina ele vai se instalar e levar enormes prejuízos aquele município, aquele estados, aquele país, porque a febre aftosa é uma doença que restringe o comércio internacional, a partir do momento em que é declarada emergência sanitária por conta da febre aftosa é declarada uma emergência nacional e o país entra em fase de emergência, não consegue mais vender carne de produtos de origem animal, nem animais vivos pra lugar nenhum, então isso aí pra o Brasil é um desastre porque é um país vive do agronegócio”.
Neder explica que o Brasil é o maior produtor de carne bovina do mundo e o maior rebanho comercial do mundo. “Nós temos mais de 220 milhões de cabeças no nosso território, o estado da Bahia tem 11 milhões de cabeça, é o estado que tem 22% do PIB relacionado ao agronegócio, ao setor agroprodutivo , vários frigoríficos, matadouros, tudo isso aí depende da cadeia de produção, se houver uma febre aftosa ela interrompe tudo isso aí. São fechados laticínios, matadouros , o desemprego é muito grande”.
O diagnóstico é feito através de exames clínicos, após a observação das feridas, e a confirmação se dá após análise laboratorial do coletado. “Na hora que ele é diagnosticado com a doença através de exames é decretada a emergência sanitária do país, porque um foco aqui em qualquer município da Bahia vai decretar uma emergência sanitária no país inteiro. A partir desse momento são tomadas as medidas relacionadas que podem envolver sacrifícios ou não. Envolve vacinação em anel num raio de três quilômetros , vacinação em anel e sacrifício ou só vacinação em anel, isso aí vai depender das características do foco, da quantidade de animais envolvidos, da área territorial que foi comprometida”, ressalta.
A campanha prossegue para vacinação até 16 de julho e a declaração poderá ser entregue até 01 de agosto nos escritórios da ADAB, revendas de produtos agropecuários, sindicatos rurais ou através do site www.adab.ba.gov.br .
Em caso de dúvidas ou busca por informações o coordenador estadual do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa orienta os produtores a procurar a Adab através do número (71) 3194-2034.
