Petrópolis – Muitas famílias, algumas com lágrimas nos olhos desciam do Bairro Alto da Serra levando consigo o pouco que conseguiram salvar de seus pertences após a chuva devastadora que atingiu a cidade histórica de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, a partir da tarde de terça-feira (15) e provocando mais de 200 deslizamentos de terra.
Ao fim do primeiro dos três dias de luto oficial decretados pela prefeitura, o número de mortos chegou a 104. O número de desaparecidos não foi divulgado pela equipe do Corpo de Bombeiros, mas um cadastro feito pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro à tarde mostrava que pelo menos 35 pessoas eram procuradas. Pelo menos 25 pessoas foram resgatadas com vida e mais de 370 estão desabrigadas ou desalojadas.
Na terça-feira, a cidade registrou 240 milímetros de chuva em duas horas. A quantidade é mais do que o esperado para todo o mês de fevereiro, de 238mm. Várias ruas da cidade foram alagadas e pontos de acolhimento para pessoas que vivem em locais de risco foram abertos. Com o município em alerta máximo, a administração municipal decretou estado de calamidade pública, enquanto várias frentes de trabalho atuavam nas buscas, reconhecimento de vítimas, desobstrução de vias e apoio às famílias.
Segundo a Prefeitura de Petrópolis e o Corpo de Bombeiros, cerca de 80 casas foram atingidas por quedas de barreiras.
As equipes de resgate removiam a lama e os escombros para tentar encontrar sobreviventes, enquanto os moradores observavam a cena, incrédulos, se assustando a cada barulho mais alto, como a passagem de helicópteros.
Todos os moradores de Alto da Serra, um bairro popular erguido na encosta de um morro a poucos minutos do centro histórico da cidade, foram obrigados a deixar suas casas. O destino deles: a Igreja de Santo Antônio, a 10 minutos de caminhada dali, no alto de outro morro. // Em.com