A cobertura vacinal das crianças tem caído na Bahia desde 2015, segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O levantamento avaliou os oito principais imunizantes infantis e identificou que 2021 foi o ano que registrou o menor índice.
Nesse período de seis anos, a vacina que teve a maior queda na cobertura foi a BCG, que protege contra a tuberculose. A taxa imunização caiu de 102,9% para 55,9%.
Nesta quinta-feira (24), Dia Mundial de Combate à Tuberculose, o médico infectologista Eduardo Martins chamou a atenção para a doença. Só em 2021, mais de quatro mil casos foram registrados na Bahia, 350 pessoas morreram por causa da tuberculose
“A tuberculose é uma doença muito parecida ao que temos hoje com a Covid, porque os sintomas são prolongados. A tosse se prolonga por três semanas, a febre e a perda de peso são fatores importantes. Hoje é um dia importante de alerta para o controle da tuberculose, porque a tuberculose é um problema de saúde pública. Ano passado, 350 pessoas perderam a vida só na Bahia e isso é um fato importante demais para a gente ficar calado diante desse problema”.
“Nós precisamos ficar em alerta, porque se ele se prolonga, se transmite para outras pessoas e há um espalhamento da doença. O quanto mais cedo se fizer o diagnóstico melhor”, complementou.
Outras vacinas
A segunda vacina com a maior queda na cobertura infantil foi a contra a poliomielite, seguida da meningocócica C, que previne a meningite. A quarta maior queda na cobertura foi da vacina pentavalente.
A penta oferece proteção contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo B, responsável por infecções no nariz, meninge e na garganta. A cobertura contra a pólio, por exemplo, era de 96,5% em 2012, e a paralisia infantil era considerada erradicada no brasil. No ano passado, a cobertura foi só de 57,5%.
A queda nos índices acende um alerta à saúde pública, porque com menos crianças vacinadas, há o risco de doenças erradicadas ou controladas reaparecerem, como explica a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Vânia Rebouças.
“São vários motivos que vêm contribuindo ao longo dos anos para essa queda das coberturas vacinais. Podemos citar a falsa sensação de segurança que os pais têm, com relação às doenças que são controladas ou eliminadas por causa do êxito das próprias vacinas. Outro motivo é a dificuldade de adesão às vacinas por causa das notícias falsas que vêm circulando, principalmente nas redes sociais, pelos movimentos antivacinas”.