Início Brasil Pão e macarrão no Brasil ficarão mais caros por causa da guerra na Ucrânia

Pão e macarrão no Brasil ficarão mais caros por causa da guerra na Ucrânia

Por Reginaldo Spínola

Os preços dos derivados de trigo devem subir nas próximas semanas em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, projetou a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi).

Segundo a entidade, o Brasil produz menos da metade do trigo consumido e precisa importar grandes quantidades do cereal de países do Mercosul —sobretudo da Argentina—, do Canadá e dos EUA, informa a associação.

O comunicado ocorre depois de a Petrobras anunciar reajustes nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, pressionada pelo avanço das cotações do petróleo em meio ao conflito no leste europeu.

As altas entraram em vigor na sexta-feira (11). No caso da gasolina, o reajuste para as distribuidoras foi de de 18,8%. O preço médio nas refinarias da estatal passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro.

Para o diesel, o aumento foi ainda maior, de 24,9%. O valor subiu quase R$ 1 por litro, de R$ 3,61 para R$ 4,51. Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), foram os maiores reajustes ao menos desde o início da política atual de preços, em 2016.

 

LEIA A NOTA OFICIAL

“A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), como representante das categorias, esclarece como os conflitos entre Rússia e Ucrânia impactam no preço dos insumos na cadeia produtiva e no valor final dos produtos.

A Rússia é o maior exportador de trigo do mundo e tem sido afetado economicamente pelo conflito com a Ucrânia – juntos, os dois países respondem, em média, por 30% das exportações mundiais de trigo.

Além da queda na oferta de trigo, fator da alta dos preços, o desabastecimento tem a ver com dificuldades logísticas – a guerra fechou portos, interrompeu o transporte – e com a queda da produção ucraniana da commodity.

O Brasil produz menos da metade do trigo consumido e precisa importar grandes quantidades do grão de países do MERCOSUL – sobretudo da Argentina -, do Canadá e dos Estados Unidos.

A elevação do preço do grão, impacta diretamente os valores de produção para os fabricantes das categorias representadas pela ABIMAPI. Nas massas, em média, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 30%, e nos pães e bolos industrializados, de 60%.

A disparada da cotação do trigo começa a ser sentida pelos fabricantes nas negociações com os fornecedores, porém existe a entrega de farinha compromissadas em contratos antigos.

O que se pode afirmar é que haverá reajustes de preços nas próximas semanas, mas, com o horizonte indefinido, já que a cada notícia da guerra, o preço do trigo no mercado internacional oscila para cima ou para baixo com valores expressivos.

O consumidor brasileiro deve começar a sentir os efeitos em breve, quando as indústrias comprarão as novas safras.

As indústrias estão com estoques relativamente curto, pois estão no início da entressafra de trigo, lembrando que o produto acabado também não tem estoques e que varia muito de empresa para empresa. De todo modo, este repasse tende a ser gradual, pois não há espaço para elevar os preços de uma só vez para o consumidor final.

A ABIMAPI está acompanhando de perto os desdobramentos e impactos para o setor.” // EconomiaUol

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