O primeiro debate presidencial do segundo turno, que aconteceu na noite deste domingo, 16, foi marcado por trocas de acusações entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Enquanto o petista focou na gestão da pandemia, compra de vacinas e tratamento precoce, o presidente voltou a relembrar casos emblemáticos de corrupção durante as gestões de Lula e do PT.
O clima foi bem mais ameno do que o debate da Globo, realizado no dia 29 de setembro. Os candidatos trocaram várias farpas, mas não elevaram o tom em nenhum momento. O uso das ironias dominou os ataques.
O formato do debate também contribuiu para o embate fosse mais fluido e tranquilo. Lula soube aproveitar as regras, circulou bem pelo espaço e falou diversas vezes diretamente para as câmeras em uma tentativa de esconder o adversário. Já Bolsonaro começou a fazer uso do recurso a partir do 3º bloco e chegou até a tocar no petista durante uma resposta sobre casos de corrupção no governo do rival.
Gestão da pandemia
Um dos pontos mais tocados por Lula para atacar o rival foi a gestão da pandemia de Covid-19. O petista afirmou que Bolsonaro “brincou com a pandemia e com a morte”, ao citar o atraso na compra das vacinas, as falas polêmicas do presidente sobre os doentes, bem como o incentivo do rival à população para o uso de um tratamento precoce sem comprovação científica.
“O senhor não se sente responsável, não carrega nas costas um pouco do sofrimento dos brasileiros, das 400 mil mortes do país?”, disparou o petista ao longo do debate, quando o assunto pandemia veio à tona. Bolsonaro se defendeu afirmando que, em 2020, não havia nenhum país aplicando qualquer vacina contra a Covid-19. “No mês seguinte [à suposta primeira aplicação] estávamos vacinando […] Quem quis tomar vacina, tomou”, disse.
O tom subiu e o petista criticou arduamente a gestão de Bolsonaro na pandemia. “A verdade é que o senhor não cuidou, debochou, riu, dizia que não tomava vacina, que quem tomava vacina, virava jacaré, que virava homossexual. O senhor gozou das pessoas morrendo afogadas por falta de oxigênio em Manaus”, apontou Lula. “Não tem na história de nenhum governo no mundo, alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou”, criticou.
Após ser criticado sobre supostamente não ter se sensibilizado com a morte dos brasileiros na pandemia, Bolsonaro acusou Lula de fazer “discurso em cima do caixão da esposa e está se comovendo pela sogra”, que faleceu de Covid-19.
Terra