A pneumonia é a maior causa da morte de crianças entre 1 e 4 anos na Bahia, em 2022. O crescimento do número de óbitos, em comparação com 2021, foi de quase 500%. Para evitar números alarmantes neste ano, especialistas aconselham às famílias a vacinarem para doenças que provocam a infecção.
No último ano, 405 crianças dessa faixa etária morreram na Bahia, sendo que a maioria delas perderam a vida em decorrência das pneumonias: 18,3%. Esse percentual representa, em números brutos 74 crianças. Os dados são da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
No comparativo com 2021, quando 15 crianças morreram por pneumonias, o crescimento foi de 493%. A pneumonia é uma doença altamente letal que se instala nos pulmões a partir de infeções provocadas por bactérias, vírus ou outros microorganismos, ou seja: tem origens diversas.
Por causa disso, a médica infectologista Clarissa Cerqueira afirma que é necessário proteger as crianças dos mais diversos tipos de doenças que podem originar a pneumonia, como a gripe e a Covid-19. Todas elas estão disponíveis na rede pública de Saúde.
“A vacina da Covid é uma das vacinas que ajudam a gente a reduzir esse tipo de complicação e muitos pais não têm vacinado os filhos. A justificativa é de que a Covid é leve na criança, e a vacina pode levar a um quadro de miocardite. É melhor vacinar e correr um risco muito pequeno, muito raro de uma reação adversa, ou pegar Covid e ter uma complicação?”, questionou ela.
Clarissa também chamou a atenção para a necessidade de imunização contra as doenças que fazem parte do calendário básico de vacinação infantil.
“A gente sempre recomenda a vacinação da influenza, porque a gripe é uma causa de pneumonia. E das causas bacterianas, a gente tem a vacina pneumocócica, que faz parte do calendário vacinal das crianças”, pontuou ela.
Fatores que agravaram as infecções
A avaliação dos especialistas é de que a pandemia foi a principal agravadora dos casos de pneumonia, por diversos fatores, como elenca Margareth Hamdan, que coordena a área da criança da Sesab.
“Primeiro, as crianças ficaram muito em casa, o sistema imunológico delas terminou não sendo ativado e elas terminaram sendo expostas mais tardiamente, e a gente sabe que isso faz diferença. Segundo a cobertura vacinal de influenza, que não foi uma cobertura como a gente gostaria que tivesse sido. E terceiro, a própria Covid, que de muitas maneiras fez infecções respiratórias, com infecções subsequentes”, destacou ela.
A pneumopediatra Regina Terse também detalhou alguns passos importantes para o tratamento preventivo contra a pneumonia.
“Aleitamento materno, uma boa alimentação e uma boa vacinação. Tosse crônica, seca ou produtiva, chiado no peito, febre que esteja acontecendo por mais de 48 horas junto com um quadro respiratório de tosse, catarro, aí tem que procurar um serviço de urgência”.
g1