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Bahia é o estado com maior número de mortes violentas no primeiro trimestre de 2023

Por Reginaldo Spínola

A Bahia é o estado que registrou o maior número de mortes violentas no primeiro trimestre de 2023. Entre janeiro e março deste ano, 1.289 pessoas morreram em casos de feminicídios, homicídios dolosos, latrocínios ou lesões corporais seguidas de morte.

Os dados fazem parte do Monitor da Violência, índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base em informações oficiais dos 26 estados e o Distrito Federal. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (20).

Apesar do número alto, a quantidade de mortes violentas do primeiro trimestre diminuiu quase 3% em relação ao mesmo período de tempo em 2022, quando foram registradas 1.328.

O g1 pediu informações à Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) sobre as mortes registradas no primeiro trimestre do ano. Em nota, a SSP informou que a redução acontece desde o dia 1º de janeiro até 19 de junho, quando os dados do período mostraram redução de 5,3%.

Ainda de acordo com o órgão, o número de feminicídios também diminuiu cerca de 13% nos primeiros seis meses do ano: são 39 casos, contra 45 no mesmo período do ano anterior. Os índices em queda têm relação direta com a nova diretriz de integração das forças policiais.

Apesar disso, o órgão não detalhou o número de assassinatos por mês, nem divulgou os detalhes sobre os crimes.

Segundo o advogado especialista em Segurança Pública, Luiz Henrique Requião, a liderança no ranking de assassinatos no país é a junção de uma série de fatores, entre eles a desigualdade social.

“Os dados de violência nunca estão dissociados dos dados econômicos no local. A Bahia ainda é um dos estados com um dos maiores índices de desigualdade do Brasil”, explicou.

Segundo Luiz Henrique, a desigualdade social é a motivação para muitas pessoas entrarem no tráfico de drogas, um crime que muitas vezes “anda junto” com latrocínio e homicídios, por exemplo.

Um outro agravante do número de assassinatos são os feminicídios, casos que têm sido recorrentes na Bahia. Para o advogado, a quantidade de casos se deve a dois fatores: a conscientização das mulheres e o entendimento do que é o crime de feminicídio.

“Quando a lei muda, há sempre um tempo para compreender as situações. Hoje, já existe essa compreensão do que é entendido como feminicídio e isso muda a forma com que os crimes são tipificados”, disse.

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