O assassinato brutal do professor e camponês Fábio Santos, uma das principais lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia, será levado a julgamento no dia 24 de agosto. O crime ocorreu na frente de sua esposa e filha no município de Iguaí.
Após uma década, acontecerá a primeira audiência para escutar as testemunhas, mas o processo enfrentou várias reviravoltas, com mudanças de juízes, cancelamentos de audiências e até mesmo mortes de testemunhas. Caso o juiz encontre indícios de autoria e materialidade sobre os acusados, eles serão submetidos a um julgamento por júri popular.
O líder do MST, Fábio dos Santos Silva, foi assassinado com 15 tiros em frente à sua família, e as investigações levaram à prisão de alguns suspeitos, incluindo o fazendeiro Délcio Nunes Santos, o comerciante Márcio Fabiano Cunha Borges e os vaqueiros Arenaldo Novais da Silva e Neuton Muniz da Silva. No entanto, outros suspeitos apontados como executores do crime ainda estão foragidos.
O coordenador estadual do MST baiano, Valter Rubens Santos, revelou que Fábio já vinha sendo ameaçado de morte na região, onde também concorreu ao cargo de vereador pelo PT nas eleições municipais de Iguaí no ano anterior, sem ser eleito.
O MST denuncia que a prisão dos acusados durou apenas 47 dias, e que eles ainda permanecem soltos e impunes pelo crime cometido.