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Vereador de Vitória da Conquista é cassado; Delegada deve assumir a vaga

Por Reginaldo Spínola

A delegada Gabriela Garrido (PV) deve assumir uma vaga na Câmara Municipal de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, após decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) que cassou o mandato do vereador Natan Carroceria, do partido Avante, por fraude à cota de gênero.

Urgente: Delegada Gabriela Garrido assume vaga na Câmara de Conquista após  decisão do TRE - Blog do Edyy

A decisão foi tomada na sessão desta segunda-feira (14) e considerou inválidos todos os votos do Avante nas eleições municipais de 2024. O tribunal entendeu que o partido descumpriu a legislação eleitoral ao registrar uma candidatura feminina fictícia apenas para preencher o percentual mínimo exigido por lei. Com isso, os votos obtidos pela sigla foram anulados e o Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) foi indeferido.

Segundo a Justiça Eleitoral, a candidata Gilvaneide Teixeira, usada para cumprir a cota de gênero, teve apenas um voto, não votou em si mesma, não fez campanha nas ruas ou nas redes sociais e é prima de outro candidato da legenda. A própria direção municipal do partido declarou, por escrito, não ter conhecimento de qualquer ato de campanha da candidata.

Delegada Gabriela Garrido (PV) deve assumir vaga na Câmara de Vereadores de  Vitória da Conquista após cassação de Natan Carroceria - Blog do Sena -  Vitória da Conquista- Bahia

Com a anulação dos votos do Avante, a cadeira de Natan será redistribuída com base no novo cálculo do quociente eleitoral. Gabriela Garrido, que concorreu nas eleições de 2024 pela Federação Brasil da Esperança (formada por PT, PV e PCdoB), aparece como a próxima suplente apta a assumir o cargo.

Delegada de carreira da Polícia Civil, Gabriela Garrido tem atuação conhecida na área da segurança pública e dos direitos das mulheres. Em Vitória da Conquista, ela já esteve à frente da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) e participa de ações sociais voltadas ao acolhimento de vítimas de violência, por meio de entidades como o Instituto Tear.

Ela se filiou ao Partido Verde em 2023 e foi candidata a vereadora no pleito de 2024, obtendo 2.301 votos. Apesar de não ter sido eleita, ficou como primeira suplente da federação. A possibilidade de sua chegada à Câmara já vinha sendo considerada desde que o processo contra o Avante foi protocolado, em outubro de 2024.

Com a possível entrada de Gabriela Garrido, a bancada de oposição à prefeita Sheila Lemos (União Brasil) deve ganhar um reforço. O PV integra a federação com o PT e o PCdoB, partidos que atuam de forma crítica à atual gestão municipal.  Além disso, a presença feminina na Câmara Municipal será ampliada. Atualmente, o Legislativo de Vitória da Conquista tem quatro vereadoras mulheres. São elas: Viviane Sampaio (PT), Cris de Lúcia Rocha (MDB) Léia de Quinho (PSD) e Drª Lara (PL).  Com Gabriela, esse número sobe para cinco, o maior número já registrado nas últimas legislaturas.

Entenda a fraude à cota de gênero

A legislação eleitoral brasileira determina que os partidos devem garantir, no mínimo, 30% de candidaturas de mulheres. A Justiça Eleitoral tem reconhecido, em diversas instâncias, que o descumprimento dessa regra por meio de candidaturas fictícias, conhecidas como “candidaturas laranja”, configura fraude e pode levar à anulação dos votos da legenda e perda de mandato de candidatos eleitos.

A ação contra o Avante foi movida pelo advogado Victtor Matos, que fez sustentação oral no TRE-BA e defendeu a anulação dos votos. A decisão da Corte ainda pode ser contestada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas tem efeito imediato.

A Câmara Municipal deve ser notificada oficialmente nos próximos dias e deverá providenciar a posse da nova vereadora. No entanto, o vereador Natan da Corroceria ainda pode recorrer da decisão. A delegada Gabriela Garrido, até o momento, ainda não se pronunciou sobre a decisão.

Já o PV se pronunciou por meio das redes sociais. O diretório municipal do PV celebrou a decisão do TRE-BA e destacou a importância da decisão para a legitimidade do processo eleitoral. “Trata-se de uma decisão que valida os esforços da justiça por um processo eleitoral justo, tornando vereadora quem de fato e de forma transparente conquistou seu eleitor, que aguarda pela concretização desta luta, com Gabriela devidamente empossada”, diz o texto publicado no Instagram oficial.

O presidente do PV em Vitória da Conquista, Iragildo Pereira, também se manifestou. “Este é o resultado que se espera de uma justiça que se ancora na fé pública, no desejo da coletividade e parte de então garantir a vaga de direito da nossa futura vereadora empossada, Gabriela Garrido, que lutou muito nas eleições por cada voto a ela confiado.”

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