Início Noticias Padre pode ser punido por defender relação homoafetiva

Padre pode ser punido por defender relação homoafetiva

Por Reginaldo Spínola
Quais os limites impostos pela
Igreja Católica aos próprios padres? Eles têm o direito de se posicionar ou
fazer pregações em defesa de questões como a homossexualidade, por exemplo,
durante as missas? Neste caso, pode haver algum tipo de advertência ou punição?
Estas foram algumas das dúvidas suscitadas na semana passada, quando o conteúdo
de um folheto distribuído pelo padre Paulo Sérgio Bezerra, da Paróquia Nossa
Senhora do Carmo, em Itaquera-SP, ganhou repercussão nacional.
Distribuído antes da missa dominical
realizada no dia 21 de junho, a parte dedicada à Oração dos Fiéis traz um
trecho em que pede o “enfrentamento à ofensiva homofóbica, fundamentalista
e histérica, presente no Congresso Nacional”. O texto diz ainda:
“Suplicamos para que cesse no Brasil a criminalidade sexual, e a todas as
pessoas sejam garantidos os direitos quanto à orientação da própria
sexualidade”. O folheto foi compartilhado nas redes sociais e provocou
reações favoráveis e contrárias. Aos jornais, o padre declarou que a oração foi
feita como parte da programação do septenário dominical as provocações da vida
e as respostas da fé, que promove vários debates na paróquia ao longo dos
domingos de maio a junho. Segundo ele, o próprio papa Francisco desencadeou a
oportunidade de eles, os padres, falarem livremente sobre o assunto nos
próprios posicionamentos.
De acordo com as normas e a
hierarquia da Igreja Católica, os padres estão submetidos à autoridade de um
bispo local. Este líder religioso tem autonomia para aceitar posturas do pároco
ou aplicar-lhe as sanções que considerar necessárias. O futuro do pároco Paulo
Bezerra ainda é incerto, mas no caso do padre Roberto Francisco Daniel, 50,
conhecido como padre Beto, a pena foi severa: a excomunhão. O sacerdote foi
punido em abril de 2013, pela Diocese de Bauru (SP), após divulgar vídeos na
internet onde defendia temas polêmicos, como a união entre homossexuais e a
necessidade de mudanças na estrutura da igreja.
Expulso, padre Beto não pode mais
frequentar missas, nem como fiel comum, mas não perdeu o título de padre, o que
ainda lhe dá o direito de realizar casamentos. Sem a censura da instituição
religiosa, passou a celebrar uniões entre casais homossexuais por todo o
Brasil. O mais recente ocorreu no último dia 27, em Vitória, no Espírito Santo,
o terceiro na carreira dele. O primeiro foi em Jaú (SP) e o segundo, em Belém
(PA). A excomunhão só seria revista caso padre Beto pedisse perdão pelos atos
que culminaram com a pena. “Não pedi perdão e não pediria, porque não
desejo voltar. Hoje, posso seguir o mandamento de Cristo “ama a Deus e ao
próximo como a si mesmo” mais livremente. Estou mais feliz”, diz.
(Jornal A Tarde)
Compartilhe esse post com seus amigos

mais Postagens interessantes

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site. Ao clicar em "aceitar" assumiremos que você concorda com o uso que fazemos dos cookies. Concordo Clique AQUI e tenha mais informações

Política de Privacidade