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Bebê dado como morto se mexeu em velório; diz o pai

Por Reginaldo Spínola
Uma família de Itanhém, no sul da Bahia, afirma que um bebê
dado como morto horas após o nascimento no Hospital Maria Moreira Lisboa teria
sobrevivido. Neilson Barbosa, pai da criança, conta que a filha abriu os olhos,
a boca e mexeu as pernas quando estava sendo preparada para o velório, mas
morreu quando deu entrada novamente no hospital. A unidade de saúde confirma o
falecimento da menina desde o princípio, mas alega que as enfermeiras que
teriam constatado a morte foram suspensas por não terem aguardado a avaliação
do médico responsável.

A família da criança conta que o fato foi presenciado por
cerca de 20 pessoas no domingo (20). “O pessoal do hospital me ligou 18h30
dizendo que a criança tinha morrido. Eu fui lá pensando que ela estava morta,
arrumei o caixão, e eles me entregaram a criança 21h30. Aí o cara da ambulância
trouxe a criança aqui para casa, que estava cheia de gente, tinha umas 20
pessoas aqui. Quando minha mãe foi vestir a roupinha na criança, a menina abriu
os olhos, mexeu as pernas, abriu a boca e colocou a língua para fora. Foi aí
que corri e levei ela para o hospital. Lá eles falaram que a menina tinha
acabado de morrer”, relata Neilson. “Eu estava perto da minha avó na hora,
estava abotoando o macacão da menina, quando a gente viu ela se mexendo. Como a
casa estava cheia, na hora o povo ficou sem acreditar, todo mundo foi olhar
para o bebê. Aí a gente pegou ela e levou diretamente para o hospital. Lá eles
disseram que ela morreu”, completa Jamile Santos Figueiredo, sobrinha de
Neilson.
Os parentes da menina registraram um Boletim de Ocorrência
na Delegacia de Itanhém. A polícia informou que o caso será investigado e que
na tarde desta terça-feira (22) 
testemunhas serão ouvidas. “A gente viu. Não tem condições de uma
pessoa morta abrir os olhos. Fomos na delegacia registrar porque a enfermeira
liberou a criança sem passar pelo médico, sem documento. Mandou o pai pegar
para fazer o velório”, acrescenta Jamile. Oséas Moreira, diretor do
Hospital Maria Moreira Lisboa, afirma que a menina nasceu prematura, com 900
gramas e 36 centímetros, e aguardava transferência para uma Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) neonatal em uma maternidade especializada em Teixeira de Freitas,
sul do estado, mas o pedido foi negado e a recém-nascida morreu.
O G1 tentou contato com a unidade, mas até a publicação da
matéria não obteve êxito. “Essa criança foi de uma gravidez prematura, na
qual a mulher estava com 29 semanas, quando teria que ser entre 38 e 42
semanas. Ela estava com dois fetos, sendo que um deles estava morto tinha dois
ou três dias. Essa criança nasceu no segundo parto, e por sorte nasceu
respirando, já que faltavam de 10 a 12 semanas para completar a idade correta
de nascimento. Ela também estava vivendo em um ambiente com um outro feto
morto. Aí tentamos encaminhar o caso para [hospital] Teixeira de Freitas, mas
eles não abriram vaga de UTI neonatal. Então ela ficou aqui em um berço
aquecido, tomando oxigênio, quando morreu”. A criança foi levada para
casa, mas retornou ao hospital momentos depois sob a suspeita de ter
sobrevivido. No hospital, a unidade de saúde confirmou mais uma vez que a
menina tinha morrido. O médico Levy Moreira, que atendeu a criança na segunda
vez, afirma que as enfermeiras do hospital confirmaram o óbito no primeiro
momento sem esperar avaliação do médico responsável. Elas foram suspensas e o
caso está sendo investigado. 
O médico acredita que a criança tinha morrido na
primeira vez que foi levada ao hospital. “Os pais retornaram dizendo que a
criança estava viva. Mas eu auscultei o coração e não vi batimento, olhei o
reflexo pupilar, aquela luz que coloca no olho para ver contração, e não houve.
Acredito que, como a criança era prematura, ela abriu a boca para expulsar o
gás que acumulou quando estava tomando oxigênio. Então por isso ela fez aquele
bocejo, mas já sem vida. Ela estava cerebralmente morta”, afirma.
Susto: A menina foi sepultada na manhã de segunda-feira
(21). Neilson Barbosa, pai da criança, afirma que todas as pessoas que estavam
na casa dele no momento do velório se assustaram ao ver o bebê se mexer. “Eu
endoidei quando vi. Até agora estou sem entender como uma criança se mexe
daquele jeito. Todo mundo tomou um susto”. “Eles falam que a criança abriu
os olhos, mas isso não houve comprovação médica. Abrir a boca pode sim
acontecer, mesmo ela já tendo morrido. É claro que, para a constatação da
morte, deveria ter aguardado a presença do médico, mas por causa pressa dos
familiares isso não ocorreu. A gente compreende que, quando está morto, está
imóvel, não mexe mais nada. Mas abrir a boca é uma coisa que acontece”,
justifica o médico Levy Moreira.´

G1- Ba

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