Há nove dias o Japão foi atingido por um terremoto de magnitude 8.9 na escala Richter e um tsunami, que causaram, até o momento, mais de 8.000 mortes. Cerca de 12.000 pessoas estão desaparecidas. Os dois eventos provocaram também explosões em reatores da Usina Nuclear de Fukushima, desencadeando consequentemente o vazamento de radiação. A itambeesnse Jussara Nakaya, há seis meses presente no Japão, vem acompanhando tudo quase que bem de perto. Na tarde de hoje (20), pelo msn, ela contou ao Itambé Agora detalhes da situação vivenciada no país nipônico.
Jussara (à esquerda) ao lado de amigas no Japão |
Jussara vive em Aichi-Ken, região sul do Japão. As áreas tragicamente afetadas pelo terremoto e pelo tsunami estão localizadas na região nordeste. Mesmo assim, ela ainda pôde sentir a terra tremer. “O primeiro abalo que sentimos aconteceu no dia da chegada do tsunami. Eu estava dormindo. Acordei vendo tudo balançar. Como não consegui levantar, permaneci deitada”, relatou, dizendo que depois ocorreram outros tremores de menor intensidade.
Pela manhã, a jovem que já havia passado por tensões semelhantes, através dos meios de comunicação se deu conta de que aquele não foi um terremoto qualquer. Províncias foram destruídas, vários mortos. “Por conta disso tudo, pensei em voltar para o Brasil”, declarou. Mas resolveu continuar depois que ouviu especialistas alertando que não há perigo na localidade onde ela se encontra.
Essa decisão faz com que Jussara continue a conviver com a saudade da filha pequena e dos demais familiares itambeenses, que, ao receberem as primeiras informações do acontecido, logo entraram em contato com a moça e seus outros dois irmãos, que também vivem e trabalham no Japão. “Eles ficaram aliviados e contentes ao saberem que estávamos bem, porém querem que a gente volte o mais rápido possível”, afirmou.
De acordo com Jussara, se não fosse o racionamento de energia e as medidas adotadas por causa da radiação – que segundo pesquisadores não deve atingir a região -, as coisas em Aichi-Ken estariam aparentemente normais. “Por aqui estamos tranquilos. Não nos falta nada”, disse. Já na capital Tóquio, pelo que escutou de um amigo que deverá voltar ao Brasil na próxima semana, Jussara conta que os tremores têm sido constantes. “Ele diz que de 10 em 10 minutos a terra treme”, informou ela.
É tempo de reconstrução no Japão. Juntar as forças e reerguer-se novamente. Para Jussara, os japoneses, tomados por estes ideais, estão sendo alimentados por três sentimentos: fé, solidariedade e amor.