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Final: Lambari e Tubarão: novos olhares sobre novos horizontes para a política itambeense

Por Reginaldo Spínola

 
Luiz Pedro Passos e Priscila Bittencourt

Há 40 anos surgiram em
Itambé o lambari e o tubarão. Eles foram criados em cima dos preceitos dos
coronéis em plena ditadura militar. Cresceram e se multiplicaram. Marcaram para
sempre a história de Itambé.

Grande é o poder e o
fascínio exercido por essas duas simples nomenclaturas, como alguns querem
chama-los ou por essa duas complexas facções como outros preferem definir. A
academia firme no papel de pesquisar, produzir conhecimentos e torna-los
acessíveis ao maior número possível de pessoas por duas vezes se debruçou pelas
conotações da política itambeense, ora colocando ela no centro das discussões,
ora mostrando que ela também foi responsável por construir a Itambé do
presente.
Fábio Santos, durante sua passagem pelo Curso de Especialização
em História do Brasil da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, escreveu o
artigo “a participação da imprensa em Itambé-BA entre a décadas de 50 e 70”,
revelando detalhes dos embates e dos jogos arquitetados neste período, até hoje
desconhecidos por muitos.
Luís Rogério, que por
duas vezes foi candidato a prefeito da cidade, em “Políticas Públicas do
Governo do Estado da Bahia para atração de empresas e a qualidade de vida da
população trabalhadora do polo calçadista da região sudoeste: o caso da Azaleia
nordeste no município de Itambé”, dissertação de mestrado apresentada à UNEB,
atesta que por 40 anos, a mesma corrente política, que é dividida em duas: o
lambari e o tubarão, ambos ligados na época ao Senador Antônio Carlos
Magalhães, governou Itambé. Ele considera que a alternância do poder local, de
quatro em quatro anos, da forma que estava posta, não representava
necessariamente uma mudança no modelo político-administrativo.
“Vê-se que o estilo
político centralizador e personalista (carlismo) em Itambé, afetou diretamente
o desempenho governamental, e estimulou a dependência dos cidadãos ao poder
público local, que se torna o grande benfeitor, por meio de recursos de
compensação da miséria com forte componente eleitoral”, afirma ele na
dissertação.
Outro ponto destacado
por Luís Rogério no trabalho, diz respeito às falas dos eleitores durante os
pleitos eleitorais. “Já votei, perdi o valor”, citou ele.  Isso é considerado por Luís Rogério como um
ato de voto obrigatório, e, simultaneamente a sua aceitação à condição de
“agente inferior” no processo decisório, que é a escolha do prefeito e do corpo
legislativo municipal.
Já o teatro se
interessou em representar satiricamente a saga dos grupos rivais. A peça
Lambari e Tubarão, apresentada pelo Grupo Artes Cênicas recentemente, foi
escrita e dirigida por Mateus Cerqueira. A obra tirou centenas de pessoas de
suas casas, lotando o espaço do Cine Teatro Itambé, reafirmando a força
exercida pela política na população da cidade.
Mateus afirma que a
peça foi uma continuidade de outras obras já escritas por ele anteriormente e que
tinha o tema política como pano de fundo. Ele reduziu uma pesquisa intensa para
escrever o texto e criar os personagens. “Encontrei relatos fanáticos,
engraçados”, contou.
O artista manifestou
que a competição que vem do lambari e tubarão poderia ser saudável, caso a
dominação não fosse um dos preceitos principais. “Isso prejudica o
desenvolvimento da cidade, prejudica a sociabilidade das pessoas que acabam se
ofendendo, se distanciando uma das outras”, afirma.
Entre outras coisas,
Mateus percebeu ainda, que as pessoas são tomadas por interesses particulares
que irão determinar os seus votos. E o mais engraçado de tudo, de acordo com
ele, é que as pessoas permanecem quatro anos esperando o seu candidato favorito
subir ao poder para que elas consigam resolver seus problemas pessoais.
“Lambari e tubarão são
duas facções políticas que prejudicam o desenvolvimento da nossa terra”, afirma
o diretor, conclamando aos artistas, professores, jornalistas a conscientizar o
povo sobre política. “Eu preciso fazer minha parte. Se eu tenho essa
consciência e não faço, estou sendo negligente”, completa Mateus.
A única forma de acabar
com o lambari e o tubarão, que para Mateus continua a existir, é unindo os
formadores de opinião em torno da busca pela conscientização do povo itambeense.
 O que podemos esperar do futuro da política em Itambé?
Mais violência, maiores disputas? Observando a história fica certo que o povo
precisa passar por um processo de conscientização, afim de perceber que é
preciso escolher aqueles que são os melhores para a cidade, independente de
paixão política. O que pode ser visto é um retrocesso que Itambé vem sofrendo,
município este que já teve como distrito a cidade de Itapetinga, que hoje em
dia é duas vezes maior que a pequena cidade. As pessoas precisam aprender a
lutar pelo progresso e não a lutar como eternos opositores. Tanto tempo
perdido, tantas amizades desfeitas, tantos sucessos poderiam ser alcançados se
todos estivessem unidos por um bem maior. E tudo isso, talvez, tenha acontecido
pela inserção do lambari e tubarão na política itambeense.
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4 Comentários

Anônimo 3 de janeiro de 2012 - 19:27

porq vc nao publicou o comentario q fiz sobre as mentiras da primeira dama vc e um verdadeiro pucha saco seu blog e para falar bem desses corruptos acredito q vc faz parte deles seu prefeito corrupto cade o calçamento do filipi ache sera q nao tem vergonha de ter areiado 4 pedaços de rua em oito anos o comentarios sobre o pilotao porq nao publicou deve ta cmendo nega la tambem

Lucas 8 de dezembro de 2011 - 16:56

Espero agora que a mensagem transmistida pelo Arte Cênica não fique apenas no imaginário dos eleitores da cidade. Se a peça não for capaz de desperta a consciência crítica da "massa", esquece … Nada irá mudar, ou melhor, quase nada. A única exceção seria a conta bancária dos nossos nobres secretários de Nada..

Luiz Pedro Passos 3 de dezembro de 2011 - 02:40

Oi Jair, obrigado por comentar. Quero utilizar desse espaço para lançar produções pessoais, que tenham ou não a ver com Itambé. Estou um pouco distante da cidade agora, e por isso fico impedido de escrever matérias sobre ela.

Abraços e vamos a luta, rumo ao futuro de muitas realizações!

Jayr Santos - Brasíla - DF 2 de dezembro de 2011 - 17:55

Mais uma vez parabéns pela matéria sobre Lambari e Tubarão, acho que o surgimento destas nomenclaturas já tem mais de 40 anos, de qualquer forma uma atraso.
O artista Mateus na sua colocação foi feliz, realmente as pessoas são tomadas por interesses particulares e permanecem quatro anos esperando o seu candidato assumir e tentar resolver seus problemas pessoais, não podemos generalizar mas é por aí mesmo. Espero que Deus ilumine os nossos eleitores na próximo pleito. Feliz Natal e Próspero Ano Novo.

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