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Mel é transformado em combustível em empresa de Barra do Choça

Por Reginaldo Spínola
Proprietário de uma empresa
produtora de mel no município de Barra do Choça, no sudoeste da Bahia, o
apicultor Luiz Jordans desenvolveu um projeto que possibilita a transformação
do alimento em álcool combustível. Por meio da ideia, o empresário diz que
zerou o descarte de mel no empreendimento e hoje mantém um veículo usado nos
negócios apenas com o combustível alternativo. Ao G1, Jordans explicou que a
empresa produz dez mil quilos de mel por mês. Neste período, 100 quilos, que
equivale a 1% da produção, acabavam sendo descartados por oferecerem risco ao
consumo humano. O produtor tinha opção de transformar o percentual de descarte
em ração para as próprias abelhas, entretanto, o risco de fermentação poderia
colocar a vida dos insetos também em risco. “Temos uma produção sustentável e
não queríamos jogar esse percentual descartado no meio ambiente. Isso nos
incomodava”, ressaltou sobre o incentivo para o início dos estudos.
Em 2011,o empresário afirma que a
empresa iniciou um processo de pesquisa que possibilitasse o aproveitamento do
mel descartado no processo de produção. Com o financiamento da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), foi identificada a possibilidade
de transformar o descarte em álcool alimentício. Por meio de um procedimento de
recolhimento e fermentação, que contou com auxílio técnico do Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (Senai), o empresário detalha que o mel atingiu as
características necessárias para ser transformado em álcool alimentício. O
produto pode ser utilizado na produção de licores e extratos medicinais.
“Estamos armazenando para a produção desses dois produtos. Temos agora que
apresentar os resultados destas pesquisas ao Ministério da Agricultura, para
que possamos comercializar essa produção”, destaca.
Mesmo com a transformação,
Jordans percebeu que 30% do álcool alimentício produzido também seria
descartado no processo de produção. “O que fazer com segundo descarte?”,
disse Jordans sobre o questionamento que gerou o desenvolvimento de um novo
projeto, no início deste ano. Desta vez sem financiamento, o empresário
destacou o início dos estudos para transformação do alimento também em álcool
combustível. “Foi instintivo. Nosso objetivo era zerar o descarte”,
comentou. Jordans explica que o mel, além da fermentação, foi inserido em um
processo de destilação. Em resumo, o alimento é fermentado, transformado em
mostro (misturado com água) e em seguida destilado. O resultado atingido no
processamento foi o álcool combustível.
Por conta do projeto, segundo
Jordans, a empresa zerou todo o descarte de mel. Além disso, o alimento
transformado em combustível passou a abastecer um veículo usado nos serviços de
manutenção de apiários e entrega de mercadoria da empresa. O carro transita
entre as cidades de Barra do Choça e Vitória da Conquista, 28 km distantes.
“Agora, fechamos o ciclo e não temos mais descarte nenhum”, disse.
Os resultados da pesquisa foram
encontrados neste ano e chegaram a ser apresentados no Congresso Baiano de
Apicultura, que foi realizado entre os dias 7 e 10 de julho deste mês, em
Ilhéus. “O projeto faz parte de uma necessidade ambiental. É um compromisso que
as indústrias devem ter o meio ambiente”, afirma. A empresa de Jordans foi
criada em 1995 e produz mais 1 tonelada de mel por ano. O produto é distribuído
para toda a Bahia e para estados como Pernambuco e São Paulo, além do Distrito
Federal. O pesquisador afirma que não pretende usar álcool do mel para
comercialização, mas continuará utilizando o combustível sustentável no veículo
da empresa.
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