A dona de casa Valdízia Sampaio, de 59 anos, moradora da cidade de Dário Meira, na região sul da Bahia, sofre de uma doença chamada elefantíase e não consegue mais andar. Por conta disso, a mulher está sem sair de casa há três anos e pede ajudar para continuar o tratamento.
Em 2012, a mulher teve uma doença de pele que, segundo os médicos, resultou na elefantíase, doença parasitária infecciosa que causa inchaço e engrossamento da pele.
Valdízia vive apenas com a ajuda de um auxílio saúde, no valor de um salário mínimo, e utiliza o dinheiro para pagar o aluguel e a medicação que precisa. Parte dos remédios é cedida pelo município, mas a mulher conta que nem sempre os medicamentos chegam.
Ela afirma que está há oito meses sem receber a medicação e chora ao falar como tem sido a rotina com a doença. “Sou evangélica e falo com Deus que não quero nada, somente as minhas pernas de volta. Não quero mais casa, porque eu já tive casa e por causa da enfermidade tive que vender. Eu só peço a Jesus que eu possa poder andar, para eu cuidar da minha netinha”, destacou.
A mulher conta que precisa de um tratamento que não é oferecido na cidade onde mora. “O que estou tentando conseguir agora é uma ajuda da comunidade para que eu possa chegar até São Paulo”, afirmou. Vizinhos e parentes da mulher, sensibilizados com a situação, decidiram fazer uma campanha para ajudar a dona de casa.
“Eu saio com o carro de som pelas ruas da cidade pedindo ajuda para a comunidade. Estamos na luta”, afirmou o radialista Ronaldo Santos.
Enquanto a mãe não consegue se locomover, a filha de Valdízia, de 19 anos, é quem cuida dela. “Para resolver coisa na rua, dentro de casa, tudo sou eu. É bem cansativo”, disse Andreza Mota.
O secretário de saúde da cidade, Thiago Cerqueira, admitiu que nem sempre a medicação completa é repassada para a dona de casa e alegou que o município sofre com problemas financeiros. “Nós temos passado por uma crise financeira nacional. Realmente, as vezes falta, mas nós viabilizamos logo quando falta e corremos atrás para providenciar para que ela não fique em falta”, declarou.
Cerqueira disse, ainda, que nos últimos dois anos não recebeu nenhum documento médico com pedido a não ser o da medicação para a dona de casa. Por conta disso, segundo ele, a dona de casa não foi incluída no sistema de regulação para tratamento em outra cidade. O secretário, no entanto, se comprometeu a disponibilizar um médico para avaliar a situação da mulher e dar sequência ao tratamento. “Eu posso fazer o pedido e posso trazê-lo para que ele faça uma avaliação da paciente”, afirmou. (G1)