“Ela saiu desesperada, chorando e gritando: ‘Vamos para casa, porque o médico me chamou de toura e me deu dois tapas no rosto'”. Assim a mãe da adolescente de 16 anos, que denunciou ter sido agredida por um médico dentro da Maternidade Ester Gomes, no município de Itabuna, no sul da Bahia, contou como o caso ocorreu.
O médico teria dado tapas no rosto da jovem, que já está no 9º mês de gestação, porque ela estaria gritando de dor durante um procedimento chamado de toque gestacional, que avalia se a grávida está entrando em trabalho de parto. Após o ocorrido, o profissional foi demitido.
“Eu levei ela até o hospital, porque ela estava sentindo dores, tipo contração e estava tendo sangramento. E aí ele [o médico] fez o toque. Ela falou que estava doendo muito. Ele insistiu com mais força, né? Eu do lado de fora e escutei ela gritando muito, gritando desesperada”, contou a mãe da adolescente, que preferiu não se identificar. Assista á reportagem da TV Santa Cruz:
Um boletim de ocorrência foi feito pela mãe da adolecente no complexo policial da cidade, ainda na noite de quinta-feira, e a denúncia foi formalizada na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) na manhã desta sexta-feira (18). “Fiz a denúncia para isso não acontecer com outras mães, porque acho que já aconteceu com muitas que passaram pelas mãos dele. A minha atitude foi essa, prestar queixa”, destacou.
A adolescente foi ouvida pela polícia e fez exame de corpo de delito. A delegacia da cidade informou que também irá intimar testemunhas e o médico para prestarem depoimento. A data de quando eles devem ser ouvidos não foi divulgada.
O diretor do hospital, Veldo Cordeiro, conta que soube da denúncia e que decidiu demitir o médico. “Eu fiquei sabendo. Fui providenciar ver a enfermeira da noite. Encontrei e perguntei. Ela disse que não estava presente, mas tem duas auxiliares que estavam no momento. Infelizmente é uma coisa esdruxula, ridícula que aconteceu. A maternidade não aceita esse tipo de coisa de nenhum médico e as providências já foram tomadas. Eu comuniquei com a direção, os provedores da maternidade, que pediram que fizessem uma demissão. Está sendo feita a demissão. Segunda-feira ele não trabalha mais na instituição e ele vai se defender”, concluiu Cordeiro. // G1