Um homem de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, acionou a Justiça para retirar o nome da certidão de nascimento de uma criança que ele registrou. O pedido foi feito depois que ele descobriu, por exame de DNA, que a menina não é filha dele.
Fernando Pereira conta que o ex-namorado o procurou, há dois anos, para assumir a paternidade da menina, alegando que ele seria o pai. “Ela informou que eu era o pai e então eu resolvi, como realmente pai da criança, fazer a função de um pai”, conta ele.
Um mês depois que a criança nasceu, eles tiveram uma discussão pelo fato de ele estar desempregado e não ter condições de pagar a pensão. Depois disso, a mulher revelou que ele não era o pai da menina.
“A primeira vez [que ele revelou] foi por conta de eu ter informado que estava desempregado, e que iria passar a ajudar com as coisas da criança quando eu pudesse, assim que eu fosse tendo condições, eu iria ajudar. Numa dessas situações, ela chegou a informar que eu não era o pai da criança”.
Ele diz que duvidou das palavras da mulher, e que chegou a achar que ela tinha falado por impulso, movida pela raiva da briga. No entanto, a ex-namorada falou novamente depois de outra discussão. Fernando então pediu o exame para verificar a paternidade.
“Eu não acreditei que fosse verdade, achei até que fosse por conta da raiva do momento. Aí em uma outra ocasião de discussão também, ela falou pela segunda vez que eu não era o pai da criança. A partir daí eu decidir que eu ia procurar fazer o exame de DNA para constatar se eu era pai realmente, ou não”, lembra ele.
O resultado do exame confirmou que a criança não era mesmo filha de Fernando. A partir disso, ele entrou na Justiça para pedir a retirada do nome da certidão de nascimento.
“Eu só quero a resolução disso o mais rápido possível, que é a retirada do meu nome do registro da criança, para que seja realmente excluída qualquer possibilidade de eu ser pai. O DNA já consta que não sou, mas no registro eu ainda sou pai”.
Segundo Fernando, o caso já está há dois anos na Justiça e ainda não há previsão de resolução.
“Essa batalha [judicial] é muito árdua, porque eu entrei na Defensoria [Pública] e até para ter o primeiro atendimento é ruim. A gente passa por uma triagem até ser encaminhado. Eles não ouvem nossa história uma vez só e, de lá pra cá, já tem dois anos. Até hoje não foi resolvido e até hoje eu sofro com isso”, avalia ele.