Sem o acesso pela ponte, quem quiser chegar às suas propriedades rurais em veículos motorizados têm de fazer uma volta de cerca de 40 km…
Um incêndio que durou dois dias destruiu uma ponte de madeira e concreto na zona rural de Caatiba, no Sudoeste da Bahia, deixando 40 famílias sem acesso às suas propriedades rurais.
Até o momento, este é o fato mais grave relacionado aos incêndios florestais que atingiram, também no final de semana passado, as cidades de Buritirama, Boquira, Campo Alegre de Lourdes, Barreiras e Rio de Contas.
Em Caatiba, o fogo só não se alastrou mais na vegetação nativa por conta dos aceiros – espaço vazio no meio da vegetação – feitos por fazendeiros de forma preventiva contra incêndios. Não se sabe as causas do fogo, ocorrido entre quinta e sexta-feira.
A destruição da ponte está fazendo com que as famílias da comunidade de Cachoeira Grande, situada a 25 km de Caatiba, tenham de atravessar o Rio Catolé a pé ou montada em animais.
“Meus pais viram o fogo quando estavam chegando lá. Eles tiveram de ir a pé pra fazenda, cerca de meia hora de caminhada. O fogo pegou a madrugada toda de sexta-feira, quando amanheceu tudo queimado. Madeira seca e velha, o fogo queimou rápido”, disse o cinegrafista Silvio Nolasco.
Sem o acesso pela ponte, quem quiser chegar às suas propriedades rurais em veículos motorizados têm de fazer uma volta de cerca de 40 km. A ponte fica numa estrada vicinal de responsabilidade da Prefeitura de Caatiba.
O fogo é comumente utilizado para limpar pastos, por meio do sistema de coivara, porém pode causar dano à fauna e flora. Conforme o Código Florestal (Lei nº 12.651/12), o fogo pode ser utilizado somente sob autorização de um órgão responsável.
Na Bahia, o Instituto do Meio Ambiente de Recursos Hídricos (Inema) é quem concede essa autorização. Sem isto, o ato é considerado crime.