Venho por meio desta, manifestar minha indignação com o descaso do Governo do Estado para com o povo, de modo especial, os filhos de Itambé, especialmente os Jovens. Fechar uma Escola, do porte do Gilberto Viana, com mais de 60 anos servindo a Comunidade, é uma verdadeira falta de consideração e respeito cultural ao nosso povo. Os nossos Jovens, a partir de 2020, não terão mais o direito e a opção de escolher em qual escola deseja estudar, o Segundo Grau. Sem deixar de considerar, que faltarão vagas no turno mais procurado pelos Jovens e os seus responsáveis, o Matutino. Muitas pessoas que não dispõe de tempo, devido ao trabalho ou por morar nas Comunidades do Campo, ficarão prejudicadas nesse processo desordenado do Estado.
Diante de tudo isso, o que nos deixa tranquilos, é a consciência do dever cumprindo, onde por diversas vezes, reivindicamos e lutamos, até onde pudemos, para que o Estado voltasse atrás dessa desumana decisão.
Como Igreja, a Paróquia São Sebastião de Itambé, esteve todo esse período participando de reuniões e audiências, junto ao Governo do Estado, solicitando a continuidade e melhoramento dos serviços prestados pelo Estado nos espaços do Colégio Gilberto Viana. Eu mesmo, encaminhei três pedidos de audiência, junto a Secretaria Estadual de Educação, os quais fomos atendidos. Muitas propostas foram acatadas, porém, nada até agora saiu do papel. Estive em Salvador, por três vezes, na Secretaria Estadual de Educação. Por duas vezes, o Sr. Secretário Estadual de Educação, Gerônimo, se fez presente. Em todas essas visitas, estiveram conosco o Sr. Prefeito Eduardo Gama, o Presidente da Câmara Municipal de Itambé, Sr. Sivaldo Abreu, o Diretor do Colégio, Sr. Siul Lima, além de representantes dos Professores, da Sociedade Civil e Leigos da Paróquia.
Nos últimos dias, o Prefeito Eduardo Gama, manifestou o interesse de trazer para Itambé, uma Escola Municipal Militar e que será implantada nas dependências do Colégio Gilberto Viana. Com isso, surge uma nova luz, um raio de esperança diante da tamanha sombra obscura que cerca a realidade educacional de Itambé.
Sinto-me profundamente triste com essa decisão arbitrária do Governo, pois temos os funcionários, dignos pais de família, de modo especial, os profissionais contratados, excelentes funcionários que trabalham em nossa Instituição, há muitos anos. Até o momento, não fomos informados de como será a situação futura dos mesmos. Em dias tão difíceis, onde o desemprego aumenta assustadoramente, é sofrido a gente ver pais de famílias perdendo seus empregos. É realmente de cortar o coração.
Espero que o Estado, ou mesmo o Município, possa fazer alguma coisa por esses nossos queridos irmãos, que durante muitos anos, prestam relevantes serviços ao Colégio na Comunidade itambeense.
Conversando com o Sr. Prefeito, ficou claro que o novo Convênio com a Escola já inicia em 2020. Para isso, o município de Itambé também necessita de parcerias com o Estado, conforme contato feito com o Comandante da Polícia Militar.
Espero que pelo menos nisso, o Estado esteja aberto para ajudar na concretização desse novo modelo de ensino para o município. É claro!
Outrossim, informamos que esse processo será mobilizado pelos Órgãos Competentes do município de Itambé.
Uma cobrança que fiz ao Sr. Secretário Estadual de Educação, que o mesmo possa entregar o Colégio à Congregação, depois de mais de 50 anos utilizando, em boas condições de funcionamento e que não fosse retirado nenhum material do Prédio, sem o consentimento da Congregação, visto que no Ato de celebração inicial do Convênio com a Entidade, o Espaço da Escola, foi entregue em perfeitas condições de funcionamento. Nesse Ato, foi disponibilizado ao Estado uma Escola referencial na Região Sudoeste, com uma das melhores estrutura física e mobiliada, contendo Salas Ambiente. Ou seja, o Estado naquele primeiro momento, não precisou fazer nenhum investimento no Prédio que se encontrava propício ao seu funcionamento.
Além de todo desgaste gerado na Comunidade itambeense, o Estado seria desonesto, devolvendo o Colégio nas péssimas condições que se encontra à Congregação.
Penso, que antes de entregar as chaves do Prédio para a Congregação, o Estado tenha lealmente, uma conversa com a Coordenação da Congregação. É o menor ato de civilização, que esperamos do Estado.
Quanto a ideia do Prefeito Eduardo, trazer para ao espaço do Gilberto Viana, um Colégio Municipal Militarizado, esperamos a aceitação e o apoio da sociedade local. Que esse apoio seja solidificando por meio de cobranças necessárias para a concretização desse pleito tão necessário ao povo de Itambé, não deixando fenecer o Gigante CEGV. A história e a valorização cultural desse Gigante, não pode acabar com uma desleal canetada do Estado.
Estou prestando esse esclarecimento, porque diariamente sou cobrado pela população. A mesma está convicta da nossa batalha, pela continuidade e melhoramento dos serviços na Escola. Nossa luta não se destina meramente em defesa de um imóvel, mas em defesa da educação dos nossos jovens!
Agradecemos aos Professores, Direção, Funcionários, Pais, Alunos e toda Comunidade itambeense que durante todos esses anos, se dedicou a esse patrimônio cultural acreditando sempre nos ideias da nossa Escola.
Rogo a Deus que esse Projeto Municipal se concretize e que o Estado, em menor tempo, esteja implantando Cursos Universitários para o nosso povo. Itambé é uma cidade de pessoas batalhadoras, inteligentes e com reais possibilidades de ajudar o município a se desenvolver, assim como, capaz de colaborar para com a humanização da Bahia e do Brasil. Este é um momento de muita serenidade e ao mesmo tempo, de união em prol do nosso povo. Em menos de três anos que estou nessa cidade, sinto-me um filho itambeense, filho este que não foge à luta. Que Deus nos abençoe e que Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira da Escola, interceda pelos nossos ideais Vocacionistas em servir ao povo itambeense.
Pe. Alessandro Mendonça Nonato, SDV. (Pároco de Itambé)
