A história de Cíntia Mariano Dias Cabral, 44, presa sob suspeita de envenenar os dois enteados de 16 e 22 anos, ganhou um novo capítulo. A mulher também é investigada por matar um namorado e um vizinho com o mesmo modus operandi.
A primeira vítima é Pedro José Bello Gomes, 64, com quem a mulher manteve um relacionamento amoroso de 2016 à 2018.
Ele morreu em circunstâncias misteriosas, depois de passar mal enquanto estava na varanda de seu apartamento com Cíntia. Na ocasião, foi ela mesma quem socorreu o companheiro o levou ao hospital, mas ele não resistiu.
O laudo da morte apontou acidente vascular hemorrágico na época, mas com os casos mais recentes do envenenamento dos dois irmãos, a polícia do Rio de Janeiro percebeu muitas semelhanças entre os sintomas apresentados pelas vítimas.
Vale destacar que no caso dos enteados, um deles, uma jovem de 22 anos, também acabou morrendo. O irmão dela, que comeu feijão servido com chumbinho sobreviveu.
Somado a essas vítimas, os investigadores passaram a revisar outro caso que Cíntia pode ter envolvimento, a morte de um vizinho.
A vítima em questão é o representante farmacêutico de 75 anos, Francisco das Chagas, que morava na frente do apartamento de Cíntia e sofria de câncer na próstata.
O homem também apresentou sintomas em comum com as demais vítimas como língua enrolada, palidez e outro, mas a morte foi atrelada ao câncer que já estava em metástase.
Contudo, chamou a atenção da polícia o fato de logo após a morte dele, Cíntia entrar na justiça requerendo o apartamento onde ele vivia com a companheira e o filho, alegando que o imóvel teria sido doado por Francisco para ela.
Ela só desistiu do processo nesta semana ao ser presa no caso dos enteados. Ressalta-se que após a morte de Pedro, em 2018, um patrimônio razoável foi deixado pelo namorado de Cíntia e que a filha dele, que mora no exterior, briga na justiça pelo mesmo.
As investigações prosseguem em torno dos casos, mas a polícia ainda não deu detalhes sobre eles.
O CASO
A Justiça do Rio de Janeiro concedeu mandado de prisão na sexta-feira (20/05) para Cíntia Mariano Dias Cabral, de 49 anos. Ela é acusada de envenenar os dois enteados com chumbinho. Um deles, uma jovem de 22 anos, morreu depois de ficar 13 dias internado.
Já um adolescente de 16 anos conseguiu escapar e contou ter começado a passar mal depois de um almoço na casa da madrasta em que um feijão amargo e com pedrinhas azuis foi servido para ele.
Cíntia Mariano estava na 33ª DP, em Realengo, onde prestava depoimento sobre o caso, quando a prisão foi decretada.
“A prisão temporária de 30 dias foi decretada por homicídio tentado, qualificado, com emprego de veneno. Tudo leva a crer que a motivação seria ciúmes do relacionamento do marido com os filhos naturais”, disse o delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP.
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