O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a prisão do ex-vice-prefeito de Itagimirim, Rogério Andrade, acusado de mandar executar, em julho de 2014, o então prefeito, Rielson Santos (MDB), para herdar o comando do município, que fica no extremo sul da Bahia.
Em decisão que será publicada nesta segunda-feira (21/2), o ministro Nunes Marques, relator do habeas corpus impetrado pela defesa de Andrade junto ao STF, nega o pedido, sob argumento de que o político cumpre prisão preventiva por apresentar periculosidade extrema, perfil violento, capacidade de colocar a ordem social em risco e tendência a repetir condutas criminosas de alta gravidade.
Entre os fatos citados por Nunes Marques para rejeitar a soltura de Andrade, está o assassinato de outras três pessoas apontadas pelo Ministério Público do Estado por suspeita de envolvimento no conluio que resultou na morte de Rielson. Todos eles, cita o ministro, teriam sido mortos em ação típica de queima de arquivo.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, Rogério Andrade, eleito vice-prefeito em 2012, pelo PP, encomendou o assassinato de Rielson após desentendimentos relativos ao pagamento de empréstimos contraídos em nome dele para bancar a campanha da chapa composta por ambos na sucessão municipal de 2012. Contudo, o prefeito se recusou a desviar verbas dos cofres da prefeitura e rompeu politicamente com o vice. Na noite de 29 de julho de 2014, Rielson foi assassinado com três tiros enquanto estava com amigos em um bar de Itagimirim.
Em denúncia apresentada sobre o caso à Justiça, o MP salientou que matar o antigo aliado foi a forma que Rogério Andrade achou para herdar o controle da prefeitura de 2014 a 2016 e conseguir quitar as dívidas da campanha. Para isso, contratou um matador de aluguel identificado pela polícia como Jaimilton Nunes Lopes, também preso preventivamente. A trama para assassinar o prefeito teria ainda a participação de Sandro Andrade, irmão do vice e posteriormente nomeado por ele para uma secretaria. Dos três envolvidos, apenas Sandro está foragido. // FalaGeneFax