A Chapecoense decidiu que não irá enfrentar a equipe do Atlético-MG, domingo que vem, dia 11, pela última rodada do Campeonato Brasileiro. O anúncio foi uma resposta ao pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que havia sugerido que o time catarinense entrasse em campo com uma formação composta por garotos das categorias de base, apenas para que fossem homenageados. O anúncio foi dado pelo chefe do departamento de desempenho, Vitor Hugo Nascimento, e a decisão ocorreu após reunião entre dirigentes do clube. Ele ainda reclamou do fato do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, ter dito que seria uma oportunidade de promover uma festa para os jogadores falecidos. “Não teremos jogo. Já juntamos do que sobrou da comissão, jogadores e todos foram unânime: não vamos jogar. As inscrições acabaram e vão abrir uma exceção para rasgar o regulamento? Não tem nem clima para essa partida. Como se comportariam os árbitros e adversários contra nós?”, questionou o dirigente, que emendou. “Usaram a palavra festa. Festa? Que festa é essa? Foi muito bom o Atlético Mineiro já avisar que não vai vir para Chapecó e a CBF não manda neste aspecto”, completou Vitor Hugo. Mais cedo, o diretor de competições da CBF, Manoel Flores, garantiu que não há a possibilidade de cancelar o jogo. “O WO, tratado no artigo 53, se caracteriza no não-comparecimento do clube à partida, acarretando a perda de três pontos e no placar de 3 a 0. A gente entende que é isso que o Atlético decidiu. Obviamente, todo o protocolo da partida precisa ser feito, para seguir a parte protocolar, técnica, podendo até haver um W.O. duplo. Mas não há dispositivo para o cancelamento da partida”, disse Flores em entrevista ao SporTV. De acordo com ele, a CBF precisa enviar árbitros para Chapecó e criar todas das condições burocráticas para que a partida aconteça. “É muito importante registrar que a questão protocolar é a presença da arbitragem, aguardando os 30 minutos e encerrando a partida. Esta é uma questão puramente legal, de procedimento, que precisa ser tomada”, afirmou. O Atlético-MG, que já havia pedido o cancelamento do jogo, decidiu radicalizar, avisando que não entra em campo e que perderá por W.O. “O Atlético-MG não irá jogar, não irá até Chapecó jogar a última partida. A gente acredita no esporte, a gente respeita a dor. Não é o momento para cobrar de jogador nenhum a essência do esporte”, disse o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno. “Então, já comuniquei a CBF, que concorda. Já conversei com o presidente da CBF, Marco Polo, que concordou. Nessa partida o Atlético-MG não irá. Provavelmente, a maior punição é a perda dos três pontos”, explicou Nepomuceno. Com a recusa em entrar em campo, o time mineiro irá terminar a competição no quarto lugar, com os 62 pontos que tem atualmente. (Daniel Batista e Gilberto Amendola | Estadão Conteúdo)