Uma mulher de 47 anos morreu após ser espancada pelo marido no município de Itamaraju, localizado na região sul da Bahia. Segundo familiares da vítima, a mulher vinha sendo agredida pelo companheiro há cerca de quatro anos. Duas queixas contra ele já tinham sido feitas na delegacia da cidade, pelos parentes da mulher. O homem foi preso quando foi ao hospital visitar a vítima.
O crime que resultou na morte da vítima, identificada como Aparecida Teles de Almeida, ocorreu no último dia 15 de janeiro. A mulher, que era dona de casa, chegou a ser socorrida e encaminhada para uma unidade de saúde da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na segunda-feira (22), sete dias depois do crime. Ela teve traumatismo craniano e coágulos no cérebro.
O autor, o pedreiro Valdeir da Silva, de 53 anos, era casado com Aparecida há oito anos e, por conta das agressões, estava proibido pela Justiça de se aproximar da vítima, como medida protetiva. Os parentes da mulher morta, no entanto, dizem que a vítima sempre voltava a conviver com o suspeito e pedia para que as queixas contra ele fossem retiradas da polícia.
“Tenham coragem de denunciar casos assim, porque infelizmente quem mais sofre é a família. É muito triste a situação”, disse a sobrinha da vítima, Ana Paula Ramos.
Conforme os parentes da mulher, Valdeir foi preso depois que Aparecida contou a um médico, no hospital, ter sido agredida por ele. O homem foi localizado pela polícia na quarta-feira (17), quando foi ao hospital visitar a vítima.
“É mais um caso de feminicídio na Bahia que precisa ser esclarecido, para que outras famílias não venham a sofrer as mesmas consequências que estamos sofrendo”, destacou o cunhado de Aparecida, João Neto.
O suspeito iria responder somente por agressão e violência doméstica, mas, após a morte da vítima, ele foi denunciado por feminicídio. À polícia, o homem negou ter espancado a companheira até a morte, mas afirmou que sempre batia nela após consumir bebidas alcoólicas. A vítima deixou três filhas. “Dessa vez aí, não [bati]. Eu do jeito que estou aqui, sem álcool, eu nunca agredi, nunca. Só foi com bebida. Com bebida já aconteceu, sim”, disse o pedreiro.
O corpo da dona de casa foi velado, na segunda, no Centro de Convivência do Idoso, em Itamaraju, e enterrado, no mesmo dia, no cemitério da cidade. // G1