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‘Era um desejo meu cursar direito’, diz baiano formado aos 84 anos

Por Reginaldo Spínola
Ele coleciona três faculdades e também formações em escolas técnicas.
Em março deste ano ele realizou o desejo de tornar-se bacharel em direito.
Sr. Leur comemora com familiares e amigos na formatura de direito na Bahia (Foto: Leur Teixeira/ Arquivo Pessoal)

Ele já trabalhou como agricultor, como técnico em contabilidade,
empreendedor na área de comércio, se formou em administração e em
pedagogia, mas nunca desistiu do sonho de ser bacharel em direito. Aos
84 anos, o baiano Leur Teixeira realizou esse desejo. No dia 10 de março
deste ano ele se formou em direito pela Faculdade Dom Pedro II, em
Salvador.

A trajetória até aí foi longa e ele já tem outros projetos pela frente.
“Agora vou cursar a pós-graduação em direito trabalhista, ganhei uma
bolsa da faculdade e pretendo escrever dois livros: um sobre a minha
vida e o outro sobre a violência em Salvador”, afirma. 


Leur Teixeira nasceu em Ibirataia, no sudoeste da Bahia. Sétimo filho
de 12 irmãos, foi somente aos 23 anos que ele cursou o antigo primário e
aos 27 concluiu o segundo grau. Nesse período, ele aproveitou as
oportunidades e fez dois cursos técnicos, um na área comercial e o outro
em contabilidade.

“Sempre gostei muito de ler quando eu aprendi não existia escola
pública, tinha que pagar um professor para ir em casa ensinar as
crianças. Dos 6 aos 10 anos eu aprendi a ler, escrever e a fazer as
quatro operações matemáticas em casa”, lembra.

Quando terminou o curso técnico em contabilidade, Teixeira foi morar no
município de Itabuna, na região sul da Bahia, onde abriu um escritório.
Aos 30 anos, ele veio para Salvador para trabalhar na área financeira
de uma empresa e começou a estudar para realizar o grande sonho da sua
vida. “Em 1960 fiz o vestibular pela primeira vez para direito. Foi na
Universidade Católica de Salvador (Ucsal), mas não passei”, afirma.

Outras tentativas
Cinco anos depois, ele tentou novamente, desta vez na Universidade
Federal da Bahia (UFBA), mas também não foi aprovado. Em 1971, ainda
estudando para passar na seleção para o curso de direito, Teixeira
resolveu cursar administração na Ucsal. “Estava me preparando para fazer
direito, vi um anúncio sobre o curso de administração da Ucsal e passei
em 22º lugar. Fiz o curso em seis anos porque conciliava com o
trabalho”, relata. Em seguida, ele fez outro curso técnico, desta vez na
área de segurança industrial.


A experiência acadêmica do atual bacharel em direito o levou para sala
de aula em alguns cursos técnicos em Salvador, foi aí que ele percebeu a
vocação para lecionar e resolveu fazer outra faculdade, a de pedagogia.
Com uma pós-graduação, ele se especializou na área dois anos depois de
terminar o curso.

O curso de direito não ficou de lado. Apaixonado pelas leis ele
considera que ao longo dos anos a experiência nas diversas áreas em que
estudou e trabalhou ajudou um pouco a entende-las. “Era um desejo meu
cursar direito, sempre achei que tinha vocação para isso”, enfatiza.

Exemplo

Também incentivado pelas filhas, que já estudavam para fazer
vestibular, em 2007 Teixeira fez um teste para cursar a faculdade de
direito na instituição Dom Pedro II e foi aprovado. “Eu acho linda a
história do meu pai porque ele nunca desistiu de fazer direito”,
orgulha-se a filha caçula, Rosemeire Borges Teixeira, 23 anos, estudante
de comunicação.


Funcionário da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) há 5 anos, Teixeira
começou o trabalho no local como assessor técnico. Há dois anos, quando
chegou o período de estagiar, ele pediu para trabalhar na área jurídica
da Ebal e foi atendido. Muito querido na empresa, por onde passa o
bacharel em direito recebe elogios e é uma inspiração para quem está
começando agora. “Acho ele um exemplo. Aos 84 anos se formar em direito,
é uma trajetória bonita”, diz o estudante do 9º semestre de direito,
Diego Trindade, que trabalha com o colega na assessoria jurídica da
empresa.

O presidente da Ebal, Reub Celestino, afirma que mesmo depois de
formado o funcionário, que agora se prepara para o teste da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), tem lugar garantido no setor jurídico da
Ebal. “Ele vai começar uma nova vida como advogado na Ebal. Ele
demonstra que a vida não é finita, que aos 84 anos pode-se recomeçar e
que a vida é feita de princípios. Considero ele um dos exemplos
maravilhosos de vida”, disse.
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4 Comentários

Anônimo 5 de abril de 2012 - 12:25

Pedro, parabéns pelo Blog, deveria postar mais sobre a cidade "a verdadeira identidade da cidade" rua esburacadas obras nunca inauguradas Ex: rua da manteiga, quiosques, casinhas popular….. uma verdadeira vergonha.
O verdadeiro cego é aquele que ver e não quer enxergar.

AVENIDA MANTEIGA, AV QUE NUNCA TERMINA DE CONSTRUIR. QUE VERGONHA

Anônimo 5 de abril de 2012 - 02:01

quem não da conta é Roberta (Lombardi) só fica nos bastidores criticando a nada fez para Itambé, só sabe receber o salário.

Anônimo 29 de março de 2012 - 02:26

Coitado Regina não dar conta nem da saúde imagine entregar Itambé nas mãos dela, voce deve tá pirado hem doido

Anônimo 27 de março de 2012 - 20:39

Acorda Itambé! Chega de política suja!!! Não queremos mais baixaria entre prfeito e vice com sua brigas por poder. Acredite não tem outro nome para ser vice-prefeita. A mulher é REGINA secretária de saúde, a mulher limpa de caráter firme, de trabalho prestado, honesta, que tem popularidade, humildade e simplicidade. TEM QUE SER ELA JÁ QUE QUEREMOS CONTINUAR CUIDANDO DE ITAMBÉ.Estou aqui em V Co, mas pelo que tenho visto e ouvido do povo da nossa terra, só tem ela mesmo. Abraços meus conterrâneos.

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