Redação Comunique-se, 20 de Março de 2012
Ricardo Noblat republicou texto divulgado em 2010. Segundo o
jornalista, essa é a melhor forma de renovar o compromisso que tem com o
jornalismo e com o público leitor. A página comandada por ele no site
de O Globo foi criada no dia 20 de março de 2004.
No post, Noblat
afirma que “ninguém é imparcial”. Ele avalia que no jornalismo, ao
opinar e escolher dar destaque a determinada matéria, todos acabam sendo
parciais. Outros pontos sobre a profissão também são ressaltados pelo
profissional, como opinião, erros, independência e análise de fatos.
“Jornalista é um incômodo. E é assim que deve ser. Se não for não é
jornalista”, publicou.
Confira a íntegra do texto que está disponível no site de O Globo:
Este é um dos mitos cultivados há mais de século: jornalista é imparcial. Ou tem obrigação de ser.
Ninguém é imparcial. Porque você é obrigado a fazer escolhas a todo instante. E ao fazer toma partido.
Quando destaco mais uma notícia do que outra faço uma escolha. Tomo partido.
Quando opino a respeito de qualquer coisa tomo partido.
Cobre-se do jornalista honestidade.
Não posso inventar nada. Não posso mentir. Não posso manipular fatos.
Mas posso errar – como qualquer um pode. E quando erro devo admitir o erro e me desculpar por ele.
Cobre-se do jornalista independência.
Não posso omitir informações ou subvertê-las para servir aos meus interesses ou a interesses alheios.
Se me limito a dar uma notícia devo ser objetivo. Cabe aos leitores tirarem suas próprias conclusões.
Se
comento uma notícia ou analiso um fato, ofereço minhas próprias
conclusões. Cabe aos leitores refletir a respeito, concordar, divergir
ou se manter indiferente.
Jornalista é um incômodo. E é assim que deve ser. Se não for não é jornalista.